Segundo o diário americano, que confirmou a morte através de Aurelia Engel, Françoise Gilot sofria recentemente de "doenças cardíacas e pulmonares".
Nascida a 26 de novembro de 1921 em Neuilly-sur-Seine, nos subúrbios de Paris, no seio de uma família de classe média, François Gilot seguiu as pisadas da sua mãe aguarelist dedicando-se ao desenho e à pintura.
Outrora musa de Pablo Picasso, foi artista por direito próprio durante mais de 60 anos, estabelecendo-se como pintora de renome após a separação, com obras nas coleções do prestigiado Metropolitan Museum of Art e do MoMA de Nova Iorque.
Em Junho de 2021, um dos seus quadros, "Paloma à la Guitare" (1965), foi vendido por 1,3 milhões de dólares num leilão da Sotheby's.
Entre os seus mentores contava-se o surrealista Endre Rozsda, e a sua primeira exposição numa galeria de Paris foi em 1943, no mesmo ano em que conheceu Picasso. Na altura, Françoise tinha 20 anos, Picasso 61. O casal teve dois filhos, Claude (nascido em 1947), e Paloma (nascida em 1949).
Em 1964, a publicação de "Vivre avec Picasso", um livro relativamente íntimo sobre a sua vida com o artista, foi um enorme sucesso (traduzido em 16 línguas, mais de um milhão de exemplares vendidos). A autora descreve-o como tirânico, supersticioso e egoísta. Para ela, a relação foi "um prelúdio da (sua) vida. Não a vida".
Já cidadã americana, não compareceu ao funeral de Picasso, em 1973.
Tendo passado os últimos anos de vida em Nova Iorque, foi um elo de ligação entre a Escola de Paris dos anos 1950 e a pintura americana, expondo as suas pinturas, desenhos e gravuras em numerosos museus e coleções privadas na Europa e nos Estados Unidos.
Comentários