A notícia da morte foi divulgada em comunicado da Catequese de Lisboa, assinado pelo Padre Tiago Neto, diretor do Setor da Catequese.

"É grande a nossa gratidão pela fidelidade do seu testemunho, pela sabedoria do seu ensinamento e pela sua paixão pela catequese. Milhares de catequistas poderiam contar o que significou a presença assídua da Maria Luísa na vida da catequese diocesana e o modo com o seu testemunho pessoal de vida os impactou", é referido.

"Um dos aspetos que sempre me impressionou na Maria Luísa foi o facto de associar à formação da fé a sua experiência pessoal. A relação que estabelecia entre as suas histórias de família e de vida e as histórias sagradas era algo de natural e fascinante. Para ela a catequese era uma paixão de tal modo enraizada que não estava separada da sua vida e da sua história", recorda o sacerdote.

De acordo com a nota, "a sua força de viver e resiliência permitiram que nunca deixasse de trabalhar na catequese", através da participação "nas reuniões da equipa diocesana de coordenação" e "na formação de catequistas que fazia de modo remoto".

Natural da paróquia da Sé, Maria Luísa Paiva Boléo nasceu em 1941, numa família cristã, na qual teve “o Despertar Religioso e depois a Catequese Familiar, até aos 10 anos”, segundo recordou, durante uma homenagem do Patriarcado de Lisboa, a 2 de fevereiro do ano passado.

Começou a dar catequese com 15 anos, em outubro de 1956, na paróquia de São João de Deus, em Lisboa, “a convite do pároco”. Nessa época, “estavam a começar no Patriarcado os cursos de catequistas”, tendo Maria Luísa feito a formação “durante três anos seguidos”, entre 1959 e 1962.

A entrada para o Secretariado Diocesano da Catequese de Lisboa acontece em outubro de 1961 e participa, com 21 anos, no primeiro curso de formação de catequistas formadoras do Patriarcado, em Sintra, entre 23 e 30 de julho de 1962, “com o senhor padre Canas”. Nesse ano, em outubro, começou as funções como catequista formadora.