A notícia foi avançada pela filha no Twitter.
"O meu querido pai acaba de morrer de cancro, depois de um rápido agravamento do seu estado de saúde. Obrigada a todos aqueles que o amaram", escreveu Fania Oz-Salzberger na rede social.
Amos Oz, cujas obras foram traduzidas em mais de 45 idiomas, escreveu livros como “A terceira condição”, o biográfico “Uma história de amor e trevas”, “Contra o fanatismo”, “O meu Michael”, “A Caixa Negra” e "Judas".
O escritor nasceu em Jerusalém, em 1939.
“Uma história de amor e trevas” obteve grande sucesso mundial e foi adaptado ao cinema, com a atriz Natalie Portman como protagonista.
Amos Oz nasceu no seio de uma família de origem russa e polaca, com o nome Amos Klausner, tendo mais tarde escolhido o apelido Oz, que significa "força" ou "coragem".
Ainda jovem, entrou para um Kibutz, o Hulda, e estudou Literatura e Filosofia na Universidade Hebraica de Jerusalém, tendo publicado os seus primeiros contos entre 1960 e 1963.
Amos Oz participou na Guerra dos Seis Dias e na Guerra do Yom-Kippur e fundou, na década de 1970, juntamente com outros, o movimento pacifista Paz Agora (Shalom Akhshav), do qual se tornou o principal representante, tendo sido um dos primeiros defensores da Solução de Dois Estados, para Israel e Palestina.
Aclamado desde o início como o "Camus israelita", o escritor, um fervoroso ativista pela paz com os palestinianos, denunciou, nos últimos anos, a política do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu, protestando contra o que qualificou como “um extremismo crescente” do Governo.
Casado e pai de três filhos, Amos Oz era muito apreciado pelos israelitas, um pouco por todo o mundo, especialmente devido ao seu humor.
Publicou cerca de duas dezenas de livros em hebraico e mais de 450 artigos e ensaios em revistas e jornais israelitas e internacionais, estando a sua obra traduzida por todo o mundo, e quase toda traduzida em português.
Amoz Oz ganhou vários prémios, incluindo o Prémio Israel, Prémio Goethe (2005), o Príncipe das Astúrias (2007), o Femina estrangeiro (1988) e Franz Kafka (2013).
Foi ainda distinguido com a Legião de Honra de França, em 1997, e era permanentemente apontado como candidato ao Prémio Nobel da Literatura.
*Com agência Lusa
[Notícia atualizada às 16h19 - Acrescenta mais dados biográficos do escritor]
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