"É com enorme pesar e consternação, mas com uma gratidão enorme por tanto bem recebido ao longo de uma vida cheia, que a Província Portuguesa da Companhia de Jesus comunica a morte do P. António Vaz Pinto", pode ler-se na página de Facebook.
"O sacerdote jesuíta faleceu esta manhã dia 1 de julho, no Hospital de Santa Maria, em Lisboa, onde estava internado desde o dia 8 de junho", é ainda referido.
Os Jesuítas em Portugal referem ainda que, a 2 de junho, o sacerdote "tinha celebrado 80 anos com familiares e amigos", mas "o seu estado de saúde já era grave e três dias depois acabou por ser encaminhado de Évora, onde residia, para um hospital em Lisboa, tendo o seu estado agravado muito rapidamente", lê-se no comunicado divulgado.
"Com uma vida cheia e intensa, o P. António Vaz Pinto foi responsável pela criação e implementação de várias obras da Companhia de grande impacto apostólica", é frisado.
Natural de Arouca, onde nasceu em 02 de junho de 1942, António Vaz Pinto foi responsável pela criação e implementação de várias obras da Companhia de Jesus, entre as quais se destacam os Leigos para o Desenvolvimento (1986), o Centro São Cirilo (2002), no Porto, e o Centro Universitário Padre Manuel da Nóbrega (1975-1984), em Coimbra, e mais tarde o Centro Universitário Padre António Vieira (1984-1997), em Lisboa.
Foi também reitor da Comunidade Pedro Arrupe, em Braga, onde os jesuítas fazem parte da sua formação, e ainda reitor da Basílica do Sagrado Coração, na Póvoa do Varzim. Dirigiu o Centro de Reflexão e Encontro Universitário Inácio de Loyola, no Porto, foi assistente nacional da Comunidade de Vida Cristã (CVX) e foi também o presidente da direção do Centro Social da Musgueira, em Lisboa.
Em 2008, foi nomeado diretor da Revista Brotéria e mais tarde, em 2014, reitor da Igreja de São Roque e capelão da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa. Trabalhou também, durante vários anos, na Rádio Renascença, onde foi assistente entre 1984 e 1997, e colaborou com vários órgãos de comunicação social, acrescenta a Companhia de Jesus.
António Vaz Pinto esteve também na fundação da produtora de conteúdos religiosos Futuro e esteve no projeto inicial da criação da TVI, tendo participou também na criação do Banco Alimentar contra a Fome, em 1992.
Em 30 de janeiro de 2006 foi distinguido pelo Presidente da República, Jorge Sampaio, com a Grande Oficial Ordem Infante D. Henrique.
Publicou sete livros sobre teologia, filosofia e vida cristã, e dois de memórias, onde conta a história da sua vida.
Dias antes do seu octogésimo aniversário, numa entrevista ao Ponto SJ, o padre António Vaz Pinto confessou-se preparado para morrer, afirmando ter tido “uma vida que valeu a pena viver, com muita alegria e muitos amigos”.
O padre António Vaz Pinto estava, atualmente, e desde 2019, na comunidade dos jesuítas em Évora, onde era Capelão da Santa Casa da Misericórdia.
"Arauto inspirador de causas"
O Presidente da República recordou o padre António Vaz Pinto, que morreu hoje, como um “arauto inspirador de causas e missões comunitárias” que tinha o “poder de mobilização dos jovens” e raras qualidades humanas.
Numa nota divulgada na página oficial da Presidência da República na Internet, Marcelo Rebelo de Sousa evoca António Vaz Pinto, um homem “de raras qualidades humanas e vocacionais”, com um “poder de mobilização dos jovens” que “dele fez um arauto inspirador de causas e missões comunitária.
O sacerdote foi “uma das figuras da Igreja Católica mais marcantes dos anos 1970 até ao virar do século”, acrescenta o Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa, “seu amigo e admirador desde sempre, recorda-o com profunda homenagem e saudade e apresenta à sua Família e à Companhia de Jesus as suas sentidas condolências”, completa na nota.
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