“Oliver Mtukudzi morreu”, anunciou a família do músico, que tocou no Festival Músicas do Mundo, em Sines, no passado dia 28 de julho.
Mtukudzi, de acordo com a sua família, “estava internado em estado crítico na Unidade de Cuidados Intensivos” de uma clínica da capital do Zimbabué, desde o final do ano passado, pelo agravamento da diabetes, de que padecia.
Emmerson Mnangagwa, que visitou hoje a família do músico, disse que Mtukudzi era um patriota que “deu conforto ao povo [do Zimbabué] durante os anos mais difíceis” do país, de acordo com as agências internacionais.
O líder da oposição, Nelson Chamisa, também visitou hoje a casa de Mtukudzi para homenagear o músico.
“Tuku” Oliver Mtukudzi (1952-2019), o músico do Zimbabué com maior presença internacional, somava mais de 40 anos de carreira e 60 álbuns editados, sobretudo cantados em inglês e nas línguas locais, shona e ndebele.
Foi um destacado ativista dos direitos humanos, no continente africano, tendo sido embaixador da UNICEF para a África oriental e meridional.
Como cantor e guitarrista sintetizou influências da música mbira, do instrumento tradicional do povo shona, da dança jiti, dos padrões de percussão do katekwe do seu clã (os Korekore) e do ritmo sul-africano mbaqanga.
De acordo com a organização do Festival Músicas do Mundo, “a identidade musical de Mtukudzi era tão única que levou o seu próprio nome, ‘Tuku music'”.
Mtukudzi atuou em Sines no ano passado com a sua própria banda, The Black Spirits, sexteto que o acompanhava desde os anos de 1970.
Terminado o concerto, já em Lisboa, na partida para Harare, Mtukudzi escreveu na sua conta oficial no Twitter: “Obrigado, Portugal. Foi assombroso. Obrigado por todo o vosso apoio. Infelizmente, temos de partir. Espero que nos voltemos a encontrar em breve”.
“Se alguém [nos] deu alguma vez orgulho de sermos do Zimbabué, foi Oliver Mtukudzi”, disse o ministro da Educação, Desporto e Cultura de Harare, David Coltart, em reação à morte do músico. “Obrigado por nos teres feito felizes durante tanto tempo”.
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