Num comunicado divulgado pela conta de Facebook do estúdio (que o despediu na década de 1960), Nikkatsu, este lembrou que Suzuki se estreou no cinema com "Harbor Toast: Victory Is In Our Grasp", em 1956, data a partir da qual “continuou a influenciar os fãs e os cineastas por todo o mundo com filmes como ‘Tokyo Drifter’, ‘Branded to Kill’ e ‘Zigeunerweisn’”.
“O seu último trabalho foi ‘Princess Racoon’, lançado em 2005”, referiu o estúdio, que expressou as suas “mais sinceras condolências e profunda gratidão e respeito pelo trabalho de uma vida".
Um especialista do 'thriller', de cabelo longo e barba branca, como o descreve a agência France-Presse, manifestava “um gosto imoderado pela provocação”, nas palavras da revista Cahiers du Cinema em 1997, quando de uma retrospetiva em França sobre o cinema japonês.
“O melhor que alguma vez lhe aconteceu foi ser despedido”, escrevia o Guardian em 2015, a propósito do lançamento de um livro sobre o realizador e de uma retrospetiva a ser feita em Nova Iorque, que colocava a questão sobre se os públicos ocidentais estariam finalmente “preparados” para receber Seijun Suzuki.
De acordo com o jornal britânico, Suzuki foi despedido pela Nikkatsu e colocado numa lista negra pelos restantes estúdios, tendo sido considerado “demasiado difícil” trabalhar com o realizador, na sequência de “Branded to Kill”, um filme de ‘yakuza’ que junta “edição experimental, comédia imprevisível e um estilo de fluxo de consciência a algo que devia ter sido um filme de gangsters direto ao assunto”.
Depois deste período afastado do cinema, Suzuki voltou ao trabalho só em 1977 com “Zigeunerweisn”, que veio a receber uma menção honrosa no festival de Berlim.
Questionado em tempos por um jornalista se queria trabalhar até ao fim, Suzuki respondeu, citado pela Variety: “É melhor morrer como uma pessoa comum. Morrer a trabalhar só traz problemas a quem está à nossa volta”.
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