Lambert não deixou por escrito um testamento vital e a sua situação converteu-se em França num símbolo do debate sobre o direito a morrer.
A família Lambert lutava entre si há 10 anos. A mulher, apoiada por seis irmãos e irmãs e pelo sobrinho de Vincent, defendia que se devia pôr fim ao tratamento obrigatório e lembrando que, antes do acidente, o doente era enfermeiro e desejou sempre nunca se tornar numa vítima.
Já os pais, Viviane e Pierre Lambert, fervorosos católicos próximos de meios fundamentalistas, e outros dois dos seus filhos consideravam, por seu lado, que Vincent estava deficiente, mas “não morto nem transformado em vegetal”, e pediam que fosse transferido para uma instituição especializada.
No passado dia 2 de julho, o hospital de Reims, em França, na sequência de uma decisão do Supremo Tribunal de França, que admitia a hipótese de parar com os tratamentos, anunciou que ia desligar as máquinas que mantinham a vida do enfermeiro.
Vincent Lambert acabou por falecer esta quinta-feira, pelas 08:24 (hora local), nove dias depois de o suporte de vida ter sido removido, informou a família.
O homem sofreu um acidente de viação em 2008 que o deixou tetraplégico e totalmente dependente. Em 2011, os médicos afastaram qualquer possibilidade de melhorias e em 2014 o seu estado foi classificado como vegetativo.
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