A acusação russa surge depois de o conselheiro para a segurança nacional do presidente norte-americano Donald Trump, John Bolton, ter advertido que Washington reagiria “muito fortemente” se o exército sírio recorresse às armas químicas na sua ofensiva para recuperar a província de Idleb, último feudo insurgente no país.
O porta-voz do Ministério de Defesa russo, Igor Konachenkov, afirmou num comunicado que o grupo ‘jihadista’ Hayat Tahrir al-Sham (HTS, formado por membros do antigo ramo da Al-Qaida), está “a preparar uma nova provocação para acusar o governo sírio de utilizar armas químicas contra a população civil da província de Idleb”.
O grupo, segundo Moscovo, enviou “oito reservatórios de cloro” para a cidade de Jisr al-Shughur para aí “montar” um ataque, tendo depois os tanques sido transportados para uma localidade a oito quilómetros de distância.
Konachenkov acusou ainda os serviços secretos britânicos de “participarem ativamente” nesta “provocação”, para dar “mais uma razão às forças norte-americanas, britânicas e francesas para realizarem ataques aéreos contra as forças do regime sírio”.
Em abril, as forças daqueles três países lançaram mísseis sobre alvos sírios em resposta ao alegado ataque com gás sarin e cloro em Duma, perto de Damasco, que causou 40 mortos.
A Rússia, aliada de Damasco, sempre afirmou que o ataque de Duma tinha sido encenado pelos Capacetes Brancos, organização de voluntários que Moscovo acusa de serem aliados dos rebeldes.
Uma ofensiva do regime sírio, apoiada pelas forças russas, contra aquela província na fronteira com a Turquia parece iminente.
Mais de 350.000 pessoas morreram e milhões foram obrigadas a deixar as suas casas desde o início da guerra da Síria em 2011.
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