“Temos assistido a um grande número de reações oficiais, todas elas de natureza não construtiva”, disse Peskov, segundo a Europa Press, que cita a agência noticiosa russa TASS.
Putin prometeu na sexta-feira ordenar “imediatamente” um cessar-fogo na Ucrânia e iniciar negociações se Kiev começasse a retirar as tropas das quatro regiões anexadas por Moscovo em 2022 e renunciasse aos planos de adesão à Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO, na sigla em inglês).
“Assim que Kiev […] iniciar a retirada efetiva das tropas [das regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia], e assim que notificar que está a abandonar os seus planos de aderir à NATO, daremos imediatamente, nesse preciso momento, a ordem para cessar-fogo e iniciar as negociações”, disse Putin aos funcionários do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo.
Estas reivindicações constituem uma exigência de facto para a rendição da Ucrânia, cujo objetivo é manter a sua integridade territorial e soberania, mediante a saída de todas as tropas russas do seu território, além de Kiev pretender aderir à aliança militar.
A proposta de cessar-fogo foi rejeitada pelo Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, que a descreveu como um “ultimato” integrado na “nova onda do nazismo russo”. “O que podemos dizer sobre este ultimato? Não é diferente de outros que ele já fez antes”, disse Zelensky.
Entre outros críticos da proposta estão o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o chefe da diplomacia da União Europeia (UE), Josep Borrell.
Já hoje, o Presidente ucraniano manifestou-se convicto de que “vai ser feita história” na Cimeira para a Paz na Suíça, fazendo votos para que os esforços conjuntos a nível global garantam uma “paz justa tão cedo quanto possível”.
“Tudo o que for acordado hoje nesta cimeira fará parte do processo de paz de que todos necessitamos. Acredito que vamos testemunhar a história a ser feita, aqui, na cimeira”, declarou Zelensky, acompanhado da Presidente da Suíça, Viola Amherd, anfitriã da conferência, na qual não participa a Rússia, que ocupa cerca de 20% do território ucraniano desde a ofensiva militar lançada em fevereiro de 2022.
A China, um dos grandes aliados de Moscovo e vista como intermediária fundamental para futuras conversações de paz, rejeitou participar na cimeira dada a ausência da Rússia, tendo Zelensky acusado Pequim de trabalhar em conjunto com o Kremlin para sabotar a conferência, ao pressionar países para não participarem.
O objetivo da reunião, organizada pela Suíça na sequência de um pedido nesse sentido do Presidente ucraniano, é “inspirar um futuro processo de paz”, tendo por base “os debates que tiveram lugar nos últimos meses, nomeadamente o plano de paz ucraniano e outras propostas de paz baseadas na Carta das Nações Unidas e nos princípios fundamentais do direito internacional”.
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