Num relatório hoje, a agência das Nações Unidas para as crianças disse que documentou uma série de casos de combatentes do Estado Islâmico que mataram os filhos das famílias que tentam fugir dos bairros controlados pelo Estado Islâmico na segunda maior cidade iraquiana.
A UNICEF diz que 1.075 crianças foram mortas e 1.130 feridas desde que os combatentes do Estado Islâmico tomaram o controlo de quase um terço do Iraque em 2014.
Além do elevado número de civis mortos, a luta atual para retomar o controlo de Mossul causou destruição generalizada.
O grupo Estado Islâmico destruiu a mesquita Al Nuri e o seu icónico minarete, conhecido como al-Hadba, quando combatentes detonaram explosivos dentro das estruturas na noite de quarta-feira, disse o Ministério de Defesa iraquiano.
Fotos distribuídas pelo Pentágono mostram imagens aéreas a preto e branco da destruição da mesquita, onde em 04 de julho de 2014 o líder do grupo Estado Islâmico, Abu Bakr al Bagdadi, fez uma das suas raras aparições perante as câmaras para proclamar o seu "califado", pouco depois de Mossul ter sido invadida, passando a estar sob o controlo do grupo radical.
Na explosão desapareceu o famoso minarete inclinado da mesquita, conhecida como a Grande Mesquita de Mossul. O minarete, com uma inclinação semelhante à da Torre de Pisa em Itália, tinha mais de 840 anos e era um dos cartões postais mais famosos de Mossul.
"Quando as forças de segurança iraquianas se estavam a aproximar da mesquita de Al Nuri, o Estado Islâmico destruiu o que é um dos maiores tesouros de Mossul e do Iraque", disse o chefe das forças terrestres da coligação internacional, liderada pelos Estados Unidos, em comunicado.
"Este foi um crime contra o povo de Mossul e do Iraque e é um exemplo dos motivos pelos quais esta brutal organização deve ser aniquilada", afirmou o major-general Joseph Martin, que reconheceu que a batalha pela total libertação de Mossul não foi concluída.
O labiríntico centro antigo de Mossul está a permitir que o Estado Islâmico continue a manter resistência depois de ter perdido a maior parte da cidade e toda a linha de abastecimento possível, apesar de o Pentágono considerar que os combatentes lutaram até à morte.
O primeiro-ministro iraquiano, Haider al-Abadi, escreveu hoje no Twitter que a destruição era o reconhecimento pelos militantes de que eles estavam a perder a luta pela segunda maior cidade do Iraque.
"O bombardeamento pelo Daesh do minarete e da mesquita de al-Nuri é uma declaração formal da sua derrota", disse al-Ababi, usando o acrónimo árabe do grupo Estado Islâmico.
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