Em declarações à Lusa, o coordenador do Sindicato dos Trabalhadores de Transportes Rodoviários e Urbanos do Norte (STRUN), José Manuel Silva, revelou que a proposta de aumentos salariais da Associação Nacional de Transportadores Rodoviários de Pesados de Passageiros (ANTROP) não foi aceite.
De acordo com aquele dirigente, a ANTROP propôs aumentar os trabalhadores para os 668 euros, valor inferior ao exigido pelo sindicato que definiu um mínimo de 700 euros.
Os motoristas reclamam ainda a redução das "intermitências", ou seja, das horas de paragem dos motoristas entre serviços.
"Um motorista durante o dia tem três ou quatro horas em que está parado, horas que não contam como horas de trabalho. Nós queremos reduzir essas horas de intermitência", declarou.
Nesse sentido a proposta apresentada prevê uma redução para as 2:45 horas já este ano e a partir 15 minutos por ano.
"Eles [ANTROP] não aceitaram. Eles aceitavam reduzir das 4 horas, 15 minutos por ano, até às três, mas das três para baixo nem pensar", disse sublinhando que esta proposta não beneficiaria os trabalhadores que atualmente apenas cumpre três horas de paragem.
"Fazendo as contas ao salário do motorista: 645 euros a dividir por 11/12 horas que estão ao serviço acabam por receber menos que um trabalhador que recebe o salário mínimo e trabalha oito horas com uma hora de almoço", concluiu.
Além disso, o sindicato contesta ainda a junção do subsídio de "agente único", valor pago pela acumulação de função de cobrador, no vencimento dos trabalhadores.
Segundo José Manuel Silva, a junção destes dois valores que atualmente representa em média mais 150 euros para cada trabalhador não protege os motoristas porque "mascara" o verdadeiro salário.
"Eles querem juntar este valor ao salário para mostrar um salário alto e depois ao longo dos anos não havendo aumentos, o agente único acaba por desaparecer e os motoristas continuam com o salário mínimo", defendeu.
Outra coisa que eles fazem pressão, eles tem o agente único, cada motorista recebe um valor de agente único e eles querem juntar este valor ao salário.
Segundo o sindicato, antes da greve está agendada uma nova reunião com a ANTROP marcada para 19 de março.
O STRUN acredita que, tal como em outras paralisações, esta greve de 12 dias vai provocar vários constrangimentos, nomeadamente no período da manhã, altura em que as pessoas se deslocam para o trabalho.
Para além disso, a greve que acontece precisamente 15 dias antes das férias da Páscoa, deverá afetar ainda os alunos que nesta altura estarão em período de testes, refere o sindicato.
A greve começa às 00:00 do dia 25 de março e termina às 24:00 de 05 de abril.
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