“Vamos reduzir ainda hoje de tarde o número de postos que pertencem à rede REPA exclusiva” no Continente, afirmou João Pedro Matos Fernandes, em conferência de imprensa, em Lisboa, para balanço da greve dos motoristas, que hoje cumpre o quinto dia.
O ministro precisou que os 26 postos da REPA exclusiva localizam-se essencialmente nas zonas onde existe risco de incêndio.
A REPA conta com 54 postos prioritários (52 dos quais no Continente) e 320 de acesso público.
“O ‘stock’ de combustível na ordem dos 60% permite-nos com toda a serenidade fazer esta alteração”, anunciou Matos Fernandes.
Em Beja, Braga, Coimbra, Évora, Guarda, Leiria e Vila Real haverá um posto de REPA exclusivo que passa a REPA normal, ou seja, onde a população geral poderá abastecer, com um limite de 15 litros.
Em Aveiro, Faro e Santarém haverá dois postos REPA exclusivos a passar a REPA normal.
Já em Setúbal, serão três os postos REPA exclusivos a passar a normal, quatro no Porto e seis em Lisboa.
O ministro esclareceu ainda que o ‘stock’ de combustível nos postos REPA continua a subir.
“Ontem [quinta-feira] a esta hora tínhamos 51% do ‘stock’ de gasóleo [nos postos REPA] e hoje temos 63%”, disse.
Quanto à gasolina, na quinta-feira “tínhamos 41%” de ‘stock’ nos postos REPA e hoje 38%.
Em relação aos valores de combustível no Algarve, Matos Fernandes afirmou que estes são agora comparáveis com o resto do país, com 38% do ‘stock’ de gasolina e 59% de gasóleo.
Às 11:00 de hoje, segundo o Governo, o número de serviços a partir das refinarias de Matosinhos e Sines era de 91% e 80%, respetivamente.
“No caso da CLC [Companhia Logística de Combustíveis] estamos até melhor do que estávamos ontem [quinta-feira] a esta hora”, com 57% dos serviços já executados.
Na Prio, em Ílhavo, Aveiro, o número previsto de serviços “será ultrapassado” nas próximas horas.
Contudo, o número de cargas transportadas para o aeroporto de Lisboa continua abaixo da média, apesar de o valor estar agora acima dos 45% dos serviços, e, por essa razão, foram usados 11 militares durante a noite para reforçar o serviço e abastecimento a esta estrutura.
Matos Fernandes enalteceu ainda o “enorme civismo dos portugueses” e agradeceu às forças de segurança, nomeadamente Polícia de Segurança Pública (PSP) e Guarda Nacional Republicana (GNR), e aos três braços das forças armadas, que foram acionados durante a greve de motoristas de matérias perigosas e de mercadorias, pela “disponibilidade”.
Porém, o ministro do Ambiente salientou que “a sua utilização em concreto tem vindo a ser reduzida nos últimos dias”.
A greve dos motoristas de matérias perigosas entrou hoje no quinto dia, depois de um dos dois sindicatos que convocaram a paralisação ter desconvocado o protesto.
A decisão do Sindicato Independente dos Motoristas de Mercadorias (SIMM) surgiu perto das 23:00 de quinta-feira, na sequência de uma reunião no Ministério das Infraestruturas, gabinete onde se encontravam também dirigentes da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram).
A greve fora convocada pelo Sindicato Nacional dos Motoristas de Matérias Perigosas (SNMMP) e pelo SIMM, com o objetivo de reivindicar junto da Associação Nacional de Transportadores Públicos Rodoviários de Mercadorias (Antram) o cumprimento do acordo assinado em maio, que prevê uma progressão salarial.
Na segunda-feira, ao final do primeiro dia de greve, o Governo decretou uma requisição civil, alegando incumprimento dos serviços mínimos.
(Artigo atualizado às 14:14)
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