Tal como já aconteceu em manifestações anteriores no Porto e em Faro, os manifestantes pedem a adoção imediata do conjunto de medidas já apresentadas anteriormente, entre as quais a atribuição de apoios a fundo perdido, aos restaurantes, bares, discotecas, organizadores de eventos, músicos, atores, produtores, entre outros.

"O movimento ‘A Pão e Água’ é apolítico, de âmbito nacional, positivo e aberto a todos os que estão a sofrer com medidas desmedidas, desproporcionais e injustas, e que de variadíssimas formas estão a ser fortemente afetados pela situação atual, em virtude do regime do novo estado de emergência".

Em declarações à RTP, José Gouveia, um dos organizadores do movimento, explicou o que leva os empresários a sair à rua.

"Estamos a falar de 110 mil postos de trabalho que se vão perder até janeiro", começou por referir, frisando que não têm sido dado respostas por parte do governo para o setor do comércio e restauração.

"O secretário de Estado do Comércio diz que não há dinheiro, mas então como é que fazemos um WebSummit em Lisboa, online, que custa 11 milhões de euros? Não temos dinheiro ou o dinheiro está a ser mal conduzido?", questionou.

“O povo está aqui a dizer exatamente isto. O António Costa foi para a televisão dizer íamos salvar o Natal. Então vamos fechar as empresas para salvar o Natal? Que Natal é que estas empresas vão ter? Que Natal é que estes empregados vão ter? Não vão ter Natal, não há Natal para ninguém”, acentuou José Gouveia.

Referindo que a luta vai ser endurecida, o empresário frisou que "cada vez mais é uma luta transversal ao setor. É noite, é restauração, é turismo, comércio, pequenas e médias empresas que estão todas a falir, todos os dias".

"É para eles que estamos aqui, é para eles que vamos voltar. É para eles que vamos sentar aqui e vamos ficar a dormir e a deixar de comer", garantiu.

"Vamos fazer greve de fome. Deixar de comer hoje ou deixar de comer daqui a quatro meses ou cinco é igual, por isso vamos começar já a fazer o ensaio do que será a fome em Portugal se a economia continuar a ser gerida desta forma", explicou.

"Eu próprio, como porta-voz do movimento, estou disponível para abrir greve de fome”, assegurou José Gouveia. “Não sei o que é, não faço ideia, mas alguém tem de o fazer".

"Estamos dispostos a ficar aqui em frente à Assembleia, porque estão aqui 230 deputados e quantos deles é que foram despedidos? Nenhum", apontou.

Os profissionais consideram que a atual situação “atingiu o limite da sobrevivência dos negócios e dos postos de trabalho, após vários meses de encargos, sem perspetivas de futuro, sem apoios e sem diálogo”.

O Governo anunciou no sábado as medidas de contenção da pandemia da covid-19 para o novo período de estado de emergência, que vigorará entre as 00:00 de terça-feira, 24 de novembro, e as 23:59 de 08 de dezembro.

Nas vésperas dos feriados, os estabelecimentos comerciais vão estar encerrados a partir das 15:00 127 concelhos do continente classificados como de risco “extremamente elevado” e “muito elevado”.

Mantêm-se igualmente os horários de encerramento dos estabelecimentos comerciais às 22:00 e dos restaurantes e equipamentos culturais às 22:30 nestes concelhos e em mais outros 86 considerados de “risco elevado”. Nestes últimos concelhos, o recolher obrigatório vigorará nos sete dias da semana entre as 23:00 e as 05:00.

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