“Por este caminho, viver em tendas vai ser mesmo a única solução para muitos portugueses”, disse o porta-voz do movimento “Os Mesmos de Sempre a Pagar”, que promoveu o protesto.
Como exemplo, Cândido Almeida disse que, atualmente, em Braga, não se consegue arrendar um apartamento, “por mais pequeno que seja, por menos do salário mínimo nacional”.
“O Governo tem de tomar medidas e medidas robustas, para garantir a todos o direito a uma habitação condigna, consagrado na Constituição”, acrescentou.
Para Cândido Almeida, é preciso “agir com coragem” e “apresentar a fatura” a quem apresenta “lucros descomunais, como a banca, a especulação imobiliária e os grandes grupos económicos”.
“Sempre os mesmos a pagar é que não pode ser”, frisou.
Este protesto aconteceu no mesmo dia em que o Conselho de Ministros tem uma agenda exclusivamente dedicada a matérias de habitação.
Cândido Almeida explicou que o Banco de Portugal foi o “pano de fundo” escolhido para alertar para o “pornográfico” aumento das taxas de juro do crédito à habitação.
“Em muitos casos, a prestação quase que duplicou, deixando muita, muita gente em maus lençóis. Qualquer dia, estas tendas podem ser mesmo a solução”, rematou.
O Conselho de Ministro aprova hoje um novo pacote legislativo sobre habitação com medidas que visam estimular o mercado de arrendamento, assim como a agilização e incentivos à construção.
A realização de um Conselho de Ministros dedicado à habitação foi anunciada em janeiro pelo primeiro-ministro, António Costa, durante uma entrevista à RTP, tendo o Governo assumido a habitação acessível como um dos maiores desafios da atualidade.
O detalhe das medidas que o Conselho de Ministros aprova hoje não é conhecido, tendo o primeiro-ministro sinalizado que o pacote contemplará soluções que visam a disponibilização de mais solos para construção de habitação, incentivos à construção por parte de privados e incentivos fiscais aos proprietários para colocarem casas no mercado de arrendamento, além de apoios para os jovens conseguirem arrendar casa.
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