O responsável, Henrique Cunha, falava no decurso da visita da secretária de Estado adjunta da Educação, Alexandra Leitão à loja do movimento situada na Avenida da Boavista e na qual procurou sensibilizar a governante para a necessidade de "institucionalizar" a prática.
Tendo como objetivo inicial à data da sua criação "haver um banco de partilha gratuita de livros escolares em cada escola", o movimento, aproveitando que 2017 é um ano de eleições autárquicas, lançou um novo projeto denominado "O banco da minha terra".
"A ideia é, nos concelhos onde ainda isso não existe, com o apoio das autarquias, tornar isso permanente, evitando, dessa forma, que continuem a haver pessoas a ter de fazer dezenas de quilómetros à procura de livros gratuitos para os seus filhos prosseguirem os estudos", explicou
Na loja do Porto “passam por ano 120 mil livros por ano”, contou Henrique Cunha, indicando que " as cerca de 20 toneladas de livros que não são levantados nesse período são depois entregues ao Banco Alimentar contra a Fome, no âmbito da campanha Papel por Alimentos".
Durante a visita, a secretária de Estado Alexandra Leitão anunciou que "em breve as escolas receberão orientações sobre a reutilização dos manuais escolares disponibilizados gratuitamente aos alunos".
Para a governante "agora o que é importante, e que já está em curso, é que isto chegue a todas as escolas enquanto vontade e medida do Ministério da Educação".
"A bola de neve já começou a rolar há alguns anos e demonstrou que isto é uma necessidade e uma vontade da sociedade em geral, concretamente dos encarregados de educação dos alunos, e iniciativas destas mostram que há procura, que as pessoas querem isto e que contribuem de forma altruísta", acrescentou.
E continuou: "É isso que este ano já está a acontecer com a distribuição gratuita dos manuais do primeiro ciclo e muito em breve as escolas receberão orientação, sempre no respeito pela sua autonomia - até porque algumas já o fazem - de como proceder à reutilização dos manuais escolares disponibilizados gratuitamente a todos os alunos e não apenas aos da ação social escolar".
"O diferencial será adquirido para aqueles manuais que não possam ser reutilizados", completou, afirmando que "ninguém pretende ter uma taxa de reutilização de 100%, mas o caminho faz-se caminhando e tenho a certeza que em poucos anos será uma prática assente e incontestada", assinalou.
Admitindo para o final de 2017/18 "uma reutilização ainda mais significativa", a secretária de Estado da Educação reconheceu como possível um novo cenário no ano letivo seguinte: "em 2018/19 teremos que ver qual é o gradualismo que conseguiremos implementar à medida"
E sobre qual será a postura das editoras, Alexandra Leitão referiu que estas "já têm dito publicamente que não têm nada contra a reutilização", razão que a leva a crer "que não coloquem problemas".
"A reutilização não é do foro das editoras ou da parte comercial, é algo que tem a ver com a atitude dos pais, das escolas e do Ministério da Educação", disse.
Sobre o movimento cívico considerou que "abriu um caminho necessário, muito interessante e que uma vez que seja generalizado e institucionalizado, é a prova de que tinha razão".
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