Numa declaração divulgada na segunda-feira, o Departamento de Justiça disse que Coronel, de 31 anos, foi detida no aeroporto internacional de Dulles, em Washington, e a sua comparência no tribunal federal foi agendada para terça-feira, através de videoconferência.
Com dupla nacionalidade americana e mexicana, Coronel deve apresentar-se hoje ao Tribunal Distrital dos Estados Unidos em Colúmbia por videoconferência, informou o Departamento de Justiça.
De acordo com documentos, Coronel é acusada de conspirar para distribuir cocaína, metanfetaminas, heroína e marijuana para importação ilegal para os EUA.
O seu marido, ex-líder do cartel de Sinaloa, foi considerado o mais poderoso traficante de drogas do mundo antes de ser extraditado para os Estados Unidos em 2017.
Emma foi também acusada de alegadamente ajudar a organizar a fuga de Guzmán através de um túnel da prisão de alta segurança do Altiplano, no México, em julho de 2015. Conhecido por "El Chapo", foi condenado à prisão perpétua em julho de 2019 e cumpre pena numa prisão de segurança máxima no Colorado.
"Depois de Guzmán ter sido novamente detido no México em janeiro de 2016, Coronel Aispuro terá alegadamente planeado mais uma fuga da prisão antes da extradição de Guzmán para os EUA em janeiro de 2017", refere ainda a declaração.
Há dois anos, Coronel compareceu quase todos os dias ao histórico julgamento de três meses do seu marido em Nova Iorque, olhando e sorrindo para Guzmán, então com 62 anos, do banco público.
As autoridades não permitiram que a jovem visitasse "Chapo" ou falasse com ele por telefone.
Durante o processo, houve momentos em que Coronel foi apresentada ao público como cúmplice do seu marido nos negócios e em uma de suas fugas.
Uma testemunha colaboradora, que foi o braço direito do ex-chefe do cartel de Sinaloa, disse que em 2014 e 2015, quando El Chapo estava na prisão de Altiplano, no México, este passou mensagens por meio de Coronel — que o visitava na prisão — para os seus cúmplices que planearam a sua fuga por um túnel de 1,5 km que levava ao chuveiro na sua cela.
Noutro momento do julgamento, a promotoria divulgou uma ligação interceptada entre Coronel e El Chapo, na qual ela passou o telefone para o seu pai, também traficante de drogas. El Chapo avisa então o seu sogro sobre a travessia de drogas na fronteira com os Estados Unidos.
“O meu nome foi citado várias vezes e exposto em dúvida (sic)”, admitiu Coronel há dois anos, no final do julgamento. “Só posso dizer que não tenho nada do que me envergonhar. Não sou perfeita, mas considero-me um bom ser humano que nunca fez mal a ninguém intencionalmente”, disse a mulher, à época.
O Gabinete do FBI em Washington está a investigar o caso.
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