Na sequência do diploma publicado na semana passada, relativo à retoma das atividades dos carrosséis, sem permitir a abertura de espaços como parques para crianças ou salões de festa, a Lusa questionou, por escrito, as 10 câmaras municipais do distrito de Viana do Castelo, mas apenas cinco responderam.

O autarca de Viana do Castelo, o socialista José Maria Costa, disse que "neste tempo de incerteza e de imprevisibilidade face ao desconhecimento da evolução da covid-19 e de uma eventual segunda vaga, o município, num sentido de prudência, responsabilidade e respeito pela vida, não vai permitir, nem autorizar atividades relativas a equipamentos de diversão até 30 de setembro".

"Foi com muita responsabilidade e pesar que tivemos que restringir a participação dos vianenses a muitas atividades, devoções e manifestações culturais e religiosas com profundo sentido comunitário e de identidade, como a peregrinação quase centenária a Santa Luzia e a Romaria de Nossa Senhora da Agonia e, recentemente, a Volta a Portugal em bicicleta. Somos todos convocados a ter responsabilidade coletiva e a reduzir riscos desnecessários na prevenção da doença covid e da sua propagação", sustentou o presidente da Câmara, capital de distrito.

José Maria Costa acrescentou que "a saúde dos vianenses estará sempre em primeiro lugar e que o respeito pela vida é um valor supremo que, para a autarquia, tem de estar acima do tudo".

"Não podemos dar sinais contraditórios à nossa sociedade e, acima de tudo, temos de proteger e aliviar a pressão, com prevenção do Serviço Nacional de Saúde que tem estado sobre um elevado stress nestes últimos meses", frisou, referindo não ter ainda dado entrada, nos serviços camarários, qualquer pedido para a instalação de carrosséis.

Em Caminha, o presidente da Câmara, o socialista Miguel Alves, recorda que no seio da Comunidade Intermunicipal (CIM) do Alto Minho foi decidido "não autorizar a realização de festas, romarias e procissões, sendo que a maior vertente desta proibição de prende com a panóplia de divertimentos que giram à volta destas festividades".

"Neste momento não tenho nenhum pedido e, por isso, nenhuma perspetiva de autorizar a colocação em espaço público, no concelho de Caminha, de equipamentos de diversão ou similares. No entanto, não coloco completamente de lado a possibilidade de autorizar alguma instalação desde que chegue alguma proposta estruturada ao município que comprove a utilidade da mesma para a estratégia definida para este verão e o cumprimento escrupuloso de todas as regras de segurança e higiene emanadas pela Direção-Geral da Saúde ou por outras entidades com competência para tanta", especificou.

Em Ponte de Lima, o presidente da Câmara, Vítor Mendes (CDS), afirmou que a autarquia ainda não recebeu pedidos para a retoma das atividades de equipamentos de diversão, mas não coloca de parte a possibilidade de poder vir a autorizar.

"Cada caso será devidamente analisado", destacou Vítor Mendes.

Em Vila Nova de Cerveira, o autarca independente Fernando Nogueira relembrou que "o funcionamento de equipamentos de diversão e similares deve observar as orientações e instruções definidas pela Direção-Geral da Saúde, em parecer técnico especificamente elaborado para o efeito".

"Atendendo a que as orientações da DGS para este tipo de equipamentos ainda não estão disponíveis, a autarquia irá analisar, a seu devido tempo, o procedimento necessário para a abertura destes espaços", disse.

O autarca disse que a sua "maior preocupação" é o parque de Lazer do Castelinho, junto ao rio Minho, "pela sua maior utilização e impacto, devido à oferta de um conjunto alargado e diferenciado de valências lúdico-pedagógicas".

"Queremos que possa voltar a funcionar na sua plenitude, mas sempre de acordo e respeitando as orientações emanadas pela DGS, garantindo todas as condições de segurança dos seus utilizadores. Não temos registo de pedidos formais para a reabertura, mas temos constatado a natural impaciência por parte dos mais pequenos", explicou.

Em Paredes de Coura, a Câmara presidida pelo autarca socialista Vítor Paulo Pereira admite "poder autorizar, este ano, a instalação de equipamentos de diversão desde que existam pedidos e sejam cumpridas todas as condições aconselhadas pelas autoridades de saúde".

"Neste momento não temos registo de quaisquer pedidos", adiantou.

O despacho do Governo “visa o levantamento da suspensão das atividades relativas aos equipamentos de diversão e similares, respeitando aos equipamentos usualmente designados ‘carrosséis'", refere uma nota divulgada na semana passada pelo Ministério da Economia, lembrando que devem ser cumpridas as obrigações do regime de licenciamento dos recintos itinerantes, tal como as normas técnicas e de segurança.