De acordo com a Bloomberg, a obra foi comprada originalmente por 306 dólares (265 euros) pelo multimilionário norte-americano Nelson Rockefeller, e poderá alcançar 18 milhões de dólares (15,59 milhões euros) no leilão marcado para 15 de novembro, em Nova Iorque.

O vendedor da pintura, considerada pela crítica "uma pequena joia", é o Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, que a recebeu como doação, em 1952, daquele que viria a ser vice-presidente dos Estados Unidos.

O quadro - uma das 16 obras conhecidas do artista, criadas em 1950, em peças de masonite, um tipo de aglomerado de madeira - está pintado em camadas de espirais e pingos de tinta numa base prateada, com salpicos em amarelo, vermelho e verde.

O anúncio da venda - justificada para garantir sustentabilidade dos orçamentos do museu - em março deste ano, do único quadro de Pollock que o Brasil possui, suscitou polémica e críticas nos meios artísticos do país.

No entanto, o Ministério da Cultura do Brasil apoiou a venda, considerando-a um mal necessário.

Nelson Rockefeller comprou o quadro da exposição a solo de Pollock realizada na Betty Parsons Gallery, onde também se incluíam outras obras importantes, como “Lavender Mist: Number 1”, que se encontra atualmente na National Gallery of Art, em Washington, “Number 31”, que se encontra no MoMA (Museum of Modern Art), em Nova Iorque, e “Autumn Rhythm: Number 30”, no Metropolitan Museum of Art, na mesma cidade.

Jackson Pollock encontrava-se nessa época no topo da carreira, tendo suscitado a questão nos meios artísticos se seria, na altura, o maior pintor vivo dos Estados Unidos.

Pollock viria a morrer em 1956, num acidente de automóvel, com apenas 44 anos.

Com 56,7 centímetros de lado, "N.º16" é uma das 16.000 obras do acervo do museu do Rio de Janeiro, e uma das mais requisitadas para empréstimo, de acordo com um comunicado publicado em março na página do museu brasileiro na Internet.

A escolha da pintura para venda residiu no facto de "não ser de um artista brasileiro", e porque, apesar de ser de pequeno formato, pertence "a uma série conhecida de Pollock", muito "requisitada por museus no exterior, tendo relevância, portanto, no mercado internacional", lia-se no comunicado divulgado na altura.

O Museu acrescentava ainda que, embora possua uma coleção de escultura bem estruturada, com "um certo peso e coesão", "com obras importantes" de Brancusi, Giacometti, Max Bill, Lipschitz, Barry Flanagan, Henry Moore, a sua coleção de pintura estrangeira, "embora tenha exemplares importantes - e Pollock é um deles - não se constitui em um de seus 'carros-chefes'", não sendo das mais representativas do museu.

A decisão de vender o quadro do Pollock faz parte de um conjunto de medidas que o museu tem vindo a adotar para garantir a sustentabilidade, "durante pelo menos 30 anos".

A venda do quadro de Pollock permitirá ao museu do Rio criar um fundo financeiro, que será denominado Património com Destino Específico (PDE), com regras rígidas para o seu uso, e cuja gestão estará a cargo de uma comissão e será auditada pela PriceWaterhouseCoopers (PwC).

O Museu de Arte Moderna do Rio de Janeiro, instituição privada sem fins lucrativos, criada em 1948, possui no seu acervo obras de Portinari, Tarsila, Volpi, Anita Malfati, Maria Martins, Lygia Clark, Lygia Pape, Segall e Di Cavalcanti, sendo apresentado como um dos mais significativos do país.

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