Na Guiné-Bissau, morreram 88 crianças por cada mil que nasceram no ano passado. Em Angola, o número de crianças que morreram foi de 83, especifica o documento.
Outros países lusófonos africanos têm um resultado mais positivo: Moçambique registra 71 por mortes por mil crianças, enquanto que em São Tomé e Príncipe são 34 e em Cabo Verde são 21.
No Brasil, registam-se 15 mortes e em Timor Leste 50. Em Portugal, o número é de quatro mortes por cada mil crianças que nascem.
A Somália, com 133 mortes por mil nascimentos, tem o pior resultado do mundo. Seguem-se o Chade (127), a República Centro Africana (124), a Serra Leoa (114), o Mali (111), a Nigéria e República Democrática do Congo, (94), o Benim (98), o Níger e a Guiné Equatorial (91).
Segundo o mesmo relatório, cerca de 15 mil crianças com menos de cinco anos morreram em 2016 em todo o mundo e 46% destas morreram nos primeiros 28 dias de vida.
Apesar de se ter registado uma descida da mortalidade nos primeiros cinco anos de vida, de 9,9 milhões de mortes em 2000 para 5,6 milhões em 2016, a proporção de recém-nascidos entre os falecidos aumentou de 41% para 46% neste período.
“Desde o ano 2000 salvou-se a vida de 50 milhões de crianças com menos de cinco anos, um testemunho do sério compromisso em lidar com as mortes infantis que podem ser evitadas”, indicou, em comunicado, o chefe de saúde da Unicef, Stefan Swartling Peterson.
“No entanto, a menos que façamos mais para evitar que bebés morram no dia do seu nascimento, este progresso permanecerá incompleto. Temos o conhecimento e a tecnologia necessária, apenas precisamos que chegue aos que mais precisam”, acrescentou.
O relatório prevê que, se se manterem estas tendências, 60 milhões de crianças com menos de cinco anos vão morrer entre 2017 e 2030.
O estudo foi elaborado pelo Grupo Interinstitucional para a Estimativa da Mortalidade Infantil das Nações Unidas, que inclui a Unicef, a Organização Mundial de Saúde e o Banco Mundial.
“Apesar do progresso, ainda existem amplas disparidades na sobrevivência infantil entre regiões e países. No entanto, muitas das mortes nestas idades podem evitar-se com intervenções rentáveis, antes, durante e depois do nascimento”, disse o subsecretário para os Assuntos Económicos e Sociais da ONU, Liu Zhenmin.
A África subsariana representou 38% das mortes de recém-nascidos no mundo.
Entre os menores de cinco anos as principais causas de morte foram a pneumonia e a diarreia, responsáveis por 16 %e 8% das mortes, respetivamente.
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