Em comunicado, o Alto-Comissariado da ONU para os Refugiados (HCR, na sigla em inglês) e a Organização Internacional para as migrações (OIM) “apelam a Malta e a outros Estados europeus a intensificarem os seus esforços para permitir que cerca de 160 refugiados e migrantes que se encontram a bordo de dois navios [da linha de cruzeiros] ‘Captain Morgan’, sejam enviados em segurança para terra firme”.
Os migrantes socorridos no mar, incluindo um grande número proveniente atualmente da Líbia devido à intensificação do conflito naquele país do norte de África, devem ser acolhidos em Malta mas outros países da UE devem demonstrar “solidariedade” ao aceitarem uma parte desde refugiados nos seus territórios.
As duas instituições da ONU também assinalaram a “necessidade urgente” de um sistema de relocalização negociado e aceite por estes países “para terminar finalmente com um ciclo perpétuo de negociações e acordos ‘ad hoc’ que colocam em perigo as vidas e a saúde das pessoas”.
Estas organizações congratularam-se ainda pela relocalização na quarta-feira para França de 17 pessoas que permaneciam em Malta e que “demonstra que é possível a solidariedade em período de covid-19″.
O HCR e a OIM sublinham que os 160 migrantes se encontram há duas semanas em dois navios de cruzeiro, o período recomendado de quarentena para detetar as pessoas contaminadas com o novo coronavírus.
“As capacidades de acolhimento de certos países mediterrânicos são colocadas sob tensão suplementar pelas medidas adotadas devido à covid-19. Reconhecendo esta importante dificuldade, propusemos o nosso apoio para permitir tratar rapidamente e eficazmente as novas chegadas”, precisaram.
Malta está confrontada com uma vaga de migrantes provenientes da Líbia. A ilha já ameaçou bloquear os financiamentos destinado à operação IRINI, caso os parceiros europeus não demonstrem a sua solidariedade e aceitem relocalizar parte dos migrantes.
A operação naval e aérea IRINI, sob comando italiano, destina-se a fazer respeitar o embargo imposto pelas Nações Unidas sobre o fornecimento de armas à Líbia onde desde 2011 se agrava um conflito interno, com ingerência estrangeira, que já provocou milhares de mortos e mais de 200.000 deslocados.
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