Os manifestantes formaram uma cadeia humana ao longo do rio, no centro de Tbilisi, alguns envoltos em bandeiras da Geórgia e da União Europeia (UE). Outros envergavam uma faixa a apelar à “libertação dos presos políticos”, segundo a Agência France-Press (AFP).
Os manifestantes exigem a libertação dos cidadãos detidos durante as manifestações anteriores e a realização de novas eleições legislativas.
“Todos devem compreender que os protestos não vão parar até que todas as exigências sejam satisfeitas”, afirmou à AFP Teimouraz Tsiklauri, um estudante de relações internacionais de 23 anos.
A Geórgia tem atravessado uma grave crise política desde as eleições legislativas realizadas em 26 de outubro, cuja vitória foi atribuída ao partido no poder, o Sonho Georgiano.
O processo eleitoral foi alvo de várias acusações de fraude pela oposição, pela Presidente, Salome Zurabishvili, pró-europeia, e pelos observadores internacionais.
A oposição acusou o atual primeiro-ministro e líder do partido Sonho Georgiano, no poder, Irakli Kobajzide, de ter orquestrado uma fraude eleitoral em colaboração da Rússia, algo que este negou veementemente.
O partido no poder desde 2012 decidiu no final de novembro adiar as negociações de adesão à União Europeia (UE) para 2028, um objetivo consagrado na Constituição da antiga república soviética.
A decisão tem levado a manifestações pró-europeias ao longo de várias semanas, algumas das quais marcadas por confrontos com a polícia.
O país prepara-se para a tomada de posse, no domingo, do novo Presidente Mikheïl Kavelachvili, do partido do poder, conhecido pela sua posição ultraconservadora e anti-ocidental.
Apesar de os poderes presidenciais serem limitados na Geórgia, a investidura é suscetível de desencadear uma nova mobilização dos partidos pró-europeus, e uma vez que Salome Zurabishvili já anunciou que se recusa a deixar o cargo sem a convocação de novas eleições legislativas.
A tomada de posse do novo presidente “não terá qualquer significado”, disse Natia, 27 anos, licenciada em ciências políticas, à AFP.
“Kavelashvili nunca será presidente da Geórgia. Tal como o Sonho Georgiano nunca será a força governamental do país, porque não é um governo legítimo”, afirmou.
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