“Uma viragem? Uma viragem pressupõe alguma coisa”, reagiu Pedro Nuno Santos em resposta a perguntas dos jornalistas, enquanto comia ao balcão de um café uma bifana com mostarda, acompanhada por uma imperial, ainda a meio da manhã, em Vendas Novas, distrito de Évora.
Para o líder socialista, nesta campanha eleitoral, “não há cá viragem”, porque “o PS está bem e tem uma relação com o povo português”.
“Estamos a trabalhar para ganhar com muita humildade democrática”, disse, já depois de ter procurado desvalorizar a importância das sondagens, sobretudo as que apontam para um triunfo da AD (Aliança Democrática) no dia 10 de março.
Segundo Pedro Nuno Santos, “não se pode ignorar o que aconteceu nos últimos atos eleitorais” com as sondagens.
“Nas últimas eleições regionais dos Açores, a sondagem dava vitória ao PS; nas legislativas de 2022, as sondagens davam empate entre PS e PSD, e o PS teve maioria absoluta; nas autárquicas, em Lisboa, davam maioria absoluta ao PS, e nós perdemos. As sondagens valem o que valem, temos de as relativizar. Estamos concentrados em mobilizar o povo português, explicar o que está em causa e o que está em risco”, argumentou.
Ao balcão de outro snack-bar, enquanto bebia um café, Pedro Nuno Santos disse ter vindo a Vendas Novas porque é a terra do cabeça de lista do PS por Évora, Luís Dias.
Questionado pelos jornalistas, tendo Luís Dias ao seu lado, o secretário-geral do PS recusou-se a comentar se o novo aeroporto de Lisboa deve ser localizado em Vendas Novas. E, numa conversa com o autarca de Vendas Novas, enalteceu a mobilização que está a ser conseguida pelo PS nesta campanha.
“Ao contrário deles, que têm tido autocarros de fora dos distritos, nós não precisamos, as pessoas estão animadas”, disse.
Tal como tinha acontecido na véspera, durante o comício de Santarém, o secretário-geral do PS voltou a realçar o programa do seu partido para a saúde.
“Logo a seguir a 10 de março, vamos continuar o trabalho para generalizar as unidades de saúde familiar, porque a melhoria dos cuidados de saúde primários é essencial para evitar o afluxo das pessoas aos serviços de urgência. Temos de reduzir a necessidade de as pessoas se deslocarem aos hospitais”, disse.
Ainda de acordo com Pedro Nuno Santos, se os centros de saúde tiverem meios complementares de diagnóstico, evitar-se-á a necessidade de recurso às urgências por parte de muitos utentes.
“Portanto, estamos perante um trabalho de reorganização do Serviço Nacional de Saúde”, acrescentou.
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