“Até ao momento, não há nenhuma notícia de qualquer português que esteja incluído no número das vítimas mortais ou dos feridos ou desaparecidos”, afirmou Augusto Santos Silva à Lusa, por telefone, a partir de Madrid, onde hoje tem um encontro com o seu homólogo espanhol, Josep Borrell.
O chefe da diplomacia portuguesa lamentou, “em nome do Governo português”, os “trágicos incêndios que assolam a região de Atenas” e transmitiu “toda a solidariedade para com o povo grego, as autoridades gregas e as famílias das pessoas atingidas”.
“Sabemos bem, por experiência própria, quão trágicos podem ser incêndios florestais desta magnitude”, comentou Santos Silva.
Os fogos que lavram na Grécia causaram pelo menos 50 mortos e 156 feridos, alguns em estado crítico, de acordo com os últimos dados da Proteção Civil grega, avançou hoje a agência de notícias Efe.
O ministro indicou que o embaixador português em Atenas está “a acompanhar minuto a minuto a evolução dos acontecimentos, tendo natural atenção sobre quaisquer informações disponíveis sobre eventuais casos de portugueses que tenham sido atingidos por esta tragédia”.
Segundo o Governo, a comunidade portuguesa residente na Grécia é “em número reduzido” e não está concentrada nas duas regiões da Grande Atenas que estão a ser mais atingidas pelos fogos.
Já quanto aos turistas, mais numerosos nesta altura do ano, o seu destino não costuma ser estas zonas, mas antes o centro de Atenas ou as ilhas gregas, indicou Santos Silva.
“A embaixada de Portugal está em contacto com o Ministério dos Negócios Estrangeiros grego no que diz respeito às questões de natureza consular e também com a Proteção Civil grega, de forma a ter a informação o mais tempestiva possível sobre qualquer situação envolvendo qualquer cidadão português”, sublinhou.
Também o secretário de Estado das Comunidades Portuguesas, José Luís Carneiro, está a acompanhar a situação a partir de Lisboa, e o Gabinete de Emergência Consular, em Lisboa, é o organismo do Ministério dos Negócios Estrangeiros que está a “recolher e a transmitir toda a informação que esteja disponível”.
Questionado se Portugal poderá enviar ajuda para a Grécia, Santos Silva disse não dispor dessa informação por se encontrar ausente do país, mas admitiu que sim.
“É natural que a Europa responda e que Portugal também responda como a Europa. Fizemo-lo em relação à Suécia; a situação que se vive hoje na Grécia ainda é mais grave. O sistema europeu de auxílio existe é para isso e a Grécia já nos ajudou no passado muitas vezes”, comentou.
Santos Silva referiu ainda que, segundo informações do diplomata português na Grécia, a situação estava esta manhã um pouco mais controlada, tendo já sido restabelecido o trânsito e a circulação ferroviária entre Atenas e Corinto.
As autoridades gregas admitem que o número de mortes continue a subir, uma vez que os serviços de emergência continuam a receber telefonemas a alertar para o desaparecimento de pessoas.
Todas as vítimas foram encontradas entre o porto de Rafina, a cerca de 30 quilómetros de Atenas, e Nea Makri, cerca de dez quilómetros mais a norte.
De acordo com os bombeiros, ainda existem três incêndios em curso na região de Ática, mas também grandes frentes noutras regiões do país, particularmente na área de Corinto, no Peloponeso, bem como na ilha de Creta.
As operações de combate aos incêndios prosseguiram durante a noite, mas foram prejudicadas por fortes ventos.
Notícia atualizada às 11:15
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