Em declarações aos jornalistas, o primeiro-ministro, António Costa, frisou que "não podemos estar a descansar à sombra da vacinação", apesar de Portugal ser o país com mais vacinas administradas. Assim, Costa recorda que "o tempo também ajuda e o frio e a época da gripe vão aumentar e temos de ter cuidados redobrados".
Nesse sentido, a reunião do Infarmed, na sexta-feira, vai trazer luzes sobre o que será necessário fazer para reduzir os números, que têm vindo a aumentar nas últimas semanas.
“Não antecipo, sinceramente, que tenhamos que adotar medidas que impliquem um estado de emergência”, afirmou António Costa, sublinhado que se tal for necessário “o parlamento, mesmo dissolvido, mantém medidas de fiscalização da atuação do Governo” que permitem a tomada novas medidas “à luz da legislação atual”.
O primeiro-ministro admitiu “preocupação” pela evolução do número de infetados pelo novo coronavírus”, mas vincou não considerar “previsível que se tenham que tomar outra vez medidas com a dimensão” que tiveram no passado, dado a vacinação ter “não só tem diminuído muito a taxa de incidência” como, sobretudo ter “assegurado também que mesmo as pessoas que são infetadas o são de forma menos gravosa”.
António Costa considerou ser "uma boa altura para prevenir”, uma vez que apesar de Portugal estar “ainda muito longe de outros países europeus”, está atento ao evoluir da pandemia noutros países da Europa.
Tanto mais que “se aproxima o Natal” época em que “muitos compatriotas que vivem em países onde a taxa de vacinação é muito inferior” vêm visitar as famílias e se reúnem à “volta da mesa” tendendo, normalmente, a “não ter o mesmo nível de proteção”.
A convicção do primeiro-ministro é de que se deve" agir já de forma a chegarmos à altura do Natal com menos receios” e, embora sem antecipar medidas, deixa o apelo para que a população adira à vacinação.
“A partir de agora os centros de saúde vão começar a contactar os 40 por cento que faltam para diretamente chamar uma a uma essas pessoas para tomar a terceira dose” da vacinação contra a covid-19, o que, a par do reforço da vacina da gripe, “ é uma forma indireta também de proteger o conjunto das pessoas com mais de 65 anos que já estão em condições de serem vacinadas”, numa altura em que 32 por cento da população já foi abrangida pelo programa em curso.
António Costa falava em Rio Maior, à margem das comemorações do centenário do nascimento do escritor português José Saramago que hoje completaria 99 anos, e cujas celebrações se prolongam até ao próximo ano com um programa cultural internacional em torno do Nobel da Literatura.
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