“Não se pode voltar a falhar como se falhou há seis anos, aqui neste sítio, não só aqui, mas também aqui, com a destruição da Mata [Nacional de Leiria], mas também com o perigo para as populações, que enfrentaram de muito perto toda a dimensão do problema”, alertou.
O líder do PCP juntou-se, ao final da manhã, a uma iniciativa que decorreu junto à Torre de Vigia do Ponto Novo, na Marinha Grande, distrito de Leiria, para assinalar os seis anos sobre o incêndio de 15 de outubro de 2017 e apelar à urgência de “dar vida ao pinhal”.
Paulo Raimundo sublinhou que, apesar de haver “coisas que não são possíveis de reverter”, é necessário tomarem-se medidas para minimizar os estragos que as chamas causaram em cerca de 86% da Mata Nacional de Leiria, bem como para evitar que tal se volte a repetir.
“As feridas estão à vista de todos, basta olhar à volta, e ver que levam o seu tempo a serem resolvidas. Uma parte só a natureza pode resolver, mas há medidas concretas e objetivas, também em função das populações, que são necessárias e urgentes tomar: não se compreende porque não foram tomadas de forma estruturante e evidente”, sustentou.
Aos presentes, Paulo Raimundo apontou a necessidade de se garantirem “serviços públicos, emprego e apoio à agricultura e à produção da floresta”.
“Não nos podemos esquecer porque chegámos à dimensão daqueles fogos. Continuamos com os mesmos problemas […]. Imperou a ideia de que precisamos é do caminho de menos Estado e da desresponsabilização”, criticou.
No seu entender, a Mata Nacional de Leiria é “um recurso estruturante” e uma “fonte de riqueza da região e do país”, que exige “um investimento financeiro” e que diz existir.
“Onde estão os 18 milhões de euros que resultaram da venda da lenha de toda a área ardida? É preciso que esse dinheiro que foi daqui retirado seja reinvestido na Mata e, se esse dinheiro não for suficiente, o Orçamento do Estado tem obrigação de colocar aqui o dinheiro para resolver o problema”, indicou.
A par do investimento na reflorestação, o secretário-geral do PCP defendeu também que é necessário “haver mais ICNF [Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas]”, bem como a criação de equipas de sapadores florestais e garantir apoios para os baldios.
“É preciso que quem produz e trabalha seja devidamente pago e isso é incompatível com o facto de o Governo não ter sequer aberto o portal sobre o preço da madeira. É preciso recuperar o tempo perdido e o crime político que foi cometido e reconstituir rapidamente o corpo de guardas florestais”, concluiu.
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