De acordo com o balanço feito pela CP à Lusa cerca das 08:40, dos 37 comboios suprimidos, 26 são do serviço regional, seis urbanos do Porto, três urbanos em Lisboa e dois de longo curso.
Contactado pela Lusa, José Manuel Oliveira, da Fectrans, disse que as perspetivas apontam para uma forte adesão à greve e muitas perturbações no serviço prestado ao público: bilheteiras e comboios.
A greve dos trabalhadores da CP — Comboios de Portugal, da IP e das suas empresas filiadas (IP Telecom, IP Património e IP Engenharia) foi convocada pelo Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Setor Ferroviário (SNTSF) e pela Federação dos Sindicatos dos Transportes e Comunicações (Fectrans), que reclamam um aumento geral dos salários.
O tribunal arbitral do Conselho Económico e Social (CES) não fixou serviços mínimos para esta greve, considerando que “o impacto na mobilidade das pessoas não é muito elevado”.
A CP alertou para possíveis perturbações em todos os serviços, destacando que os clientes que tenham comprado bilhetes para os comboios dos serviços Alfa Pendular, Intercidades, Internacional, InterRegional e Regional, podem solicitar o “reembolso total do bilhete, ou a sua revalidação, sem custos”.
Segundo o SNTSF e a Fectrans, as orientações do Governo para as empresas do setor “são de contenção e congelamento dos salários”, pelo que “há razão para que a luta na IP e empresas aliadas seja coincidente com a da CP, que têm ambas a mesma tutela governamental”.
“Os trabalhadores destas empresas querem ver valorizados os seus salários que, cada vez mais, se aproximam do salário mínimo nacional e porque é uma reivindicação de todos, entendemos que é necessário que a luta seja, cada vez mais, abrangente e com trabalhadores de todas as categorias e profissões” afirmam as estruturas sindicais.
O acórdão do tribunal arbitral do CES prevê algumas exceções, como a garantia da “prestação, durante a greve, dos serviços necessários à segurança e manutenção do equipamento e instalações” e dos “serviços necessários para levar aos seus destinos os comboios que se encontrem em marcha à hora do início da greve” (00:00 de hoje) e para circulação do ‘comboio socorro’.
Ainda assegurada deverá ser a disponibilização de um “canal para a realização de transporte de mercadorias perigosas e perecíveis” e, nos serviços de telecomunicações, a “manutenção corretiva e supervisão da rede”, num total de oito trabalhadores.
Esta nova paralisação segue-se à greve dos trabalhadores da IP que se realizou em 02 de junho e que provocou perturbações significativas na circulação de comboios.
Já na CP, decorreu entre 06 e 08 de junho uma greve de três dias dos revisores e trabalhadores das bilheteiras que registou, também, impacto na circulação de comboios.
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