Em fevereiro, os Estados Unidos anunciaram o início da retirada do Tratado de Forças Nucleares de Alcance Intermediário (tratado INF) assinado em 1987 com a então União Soviética, ao acusarem Moscovo de desenvolver mísseis que desrespeitam o acordo.
Washington concedeu à Rússia um prazo até esta sexta-feira para destruir os novos mísseis e disse que se retirará totalmente do acordo no início de agosto.
“Assistimos ao desfalecimento do tratado INF”, disse hoje Jens Stoltenberg, mas acrescentou que ainda é possível “apelar à Rússia para voltar atrás e salvar o tratado”.
O chefe da NATO assinalou ainda que a organização “fará o que for necessário para garantir uma dissuasão e defesa credíveis”.
Em 03 de julho, o Presidente russo, Vladimir Putin, ratificou a suspensão pela Rússia da sua participação no tratado de desarmamento nuclear INF, um acordo denunciado pelos EUA no início de fevereiro.
Na sequência de um decreto divulgado pelo Kremlin, a Rússia deixa de se comprometer com este texto assinado em 1987 pelos então presidentes dos EUA, Ronald Reagan, e da ex-União Soviética, Mikhail Gorbachev, que proibia a utilização pelos dois países de mísseis terrestres com um alcance entre 500 e 5.500 quilómetros.
Esta decisão tinha sido aprovada em junho pelo parlamento russo.
O tratado sobre armas nucleares de alcance intermediário (INF), assinado na Casa Branca, foi denunciado pelo Presidente norte-americano Donald Trump em 01 de fevereiro, e por Moscovo no dia seguinte, com os dois países a acusarem-se mutuamente de violarem os termos do acordo.
O Presidente russo emitiu de imediato uma ordem para serem disponibilizados no prazo de dois anos novos tipos de mísseis terrestres, designadamente pela adaptação dos motores de alcance intermédio já existentes, mas apenas utilizados nos mares e no ar.
A assinatura do tratado INF pôs termo à crise dos euromísseis registada na Europa pela instalação dos SS-20 soviéticos com ogivas nucleares.
A NATO, sob pressão norte-americana, respondeu com o envio dos mísseis Pershing II para cinco países da Europa Ocidental, originando grandes protestos na Europa e EUA organizados pela Campanha pelo Desarmamento Nuclear.
A suspensão do INF poderá desencadear uma corrida ao armamento, de acordo com especialistas.
Neste contexto, o futuro do tratado START de redução dos arsenais nucleares estratégicos, que expira em fevereiro de 2021, também está em causa.
Putin afirmou na ocasião que Moscovo e Washington “iniciaram consultas” sobre o prolongamento do tratado START.
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