“Os países da NATO vão reforçar a sua defesa antimíssil (…) mas não pretendem lançar novos mísseis na Europa”, acrescentou Stoltenberg, que falava numa conferência de imprensa após o primeiro dia de reunião dos ministros da Defesa dos Estados membros da NATO.

O secretário-geral da NATO salientou que a reação da organização será “defensiva, calculada e coordenada” e frisou que a organização exige que a Rússia destrua o seu novo sistema de mísseis até ao próximo dia 02 de agosto.

Stoltenberg não quis dizer quais as medidas políticas e militares que foram aprovadas, justificando com a necessidade de não arruinar esforços diplomáticos em curso, mas reforçou que essas medidas serão “aplicadas se a Rússia se recusar a cumprir o acordado de maneira clara e verificável”.

Os mísseis russos têm capacidade de transportar ogivas nucleares e atingirem rapidamente cidades europeias, o que viola o Tratado de Armas Nucleares de Alcance Intermédio (NIF, na sigla em inglês), concluído em 1987 por Moscovo e Washington.

Esse acordo bilateral permitiu a eliminação de mísseis balísticos e cruzeiros instalados na Europa.

“Demonstrámos a nossa paciência, mas a Rússia continua a instalar estas armas. É grave! Estes mísseis são difíceis de detetar”, vincou Stoltenberg.

Os Estados Unidos anunciaram anteriormente a decisão de denunciar o acordo, caso a Rússia se recuse a respeitá-lo.

“O fim do tratado NIF torna-se efetivo no dia 2 de agosto. A Rússia tem uma escolha simples: ou desiste e abandona o seu sistema de mísseis, ou persiste no seu comportamento agressivo e irresponsável”, avisou Jens Stoltenberg.

Um conselho entre a NATO e a Rússia foi convocado para a próxima semana, na sede da organização, acrescentou Stoltenberg.

Este conselho é uma instância criada em 2002 entre os dois blocos, com reuniões realizadas ao nível diplomático.