“Saúdo a mensagem muito forte da comunidade internacional, ontem [quarta-feira]. A votação na ONU foi uma clara condenação da anexação ilegal dos territórios ucranianos e um claro apelo ao Presidente russo, Vladimir Putin, para reverter estas decisões e respeitar a integridade territorial da Ucrânia”, reagiu hoje Jens Stoltenberg.
Em declarações prestadas no arranque do segundo dia da reunião dos ministros da Defesa dos Aliados, ao lado do Secretário de Defesa dos Estados Unidos, Lloyd Austin, o secretário-geral da Aliança Atlântica apontou que tal condenação “apenas mostra ser necessário defender uma ordem internacional baseada em regras para os valores fundamentais [dos países da Aliança]”.
“E mais uma vez, a liderança dos Estados Unidos na NATO, na comunidade internacional, é essencial para isso”, argumentou Jens Stoltenberg.
Já Lloyd Austin disse, na ocasião, “concordar absolutamente com estes comentários sobre a ação da ONU”, aproveitando ainda para “aplaudir todos os Aliados e parceiros que se mobilizaram para prestar assistência à Ucrânia”.
Na quinta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas aprovou, com esmagadora maioria de 143 votos, uma resolução que condena a anexação de territórios ucranianos pela Rússia, reforçando o isolamento de Moscovo no panorama internacional.
O projeto de resolução, elaborado pela União Europeia e copatrocinado por dezenas de países de vários continentes, obteve 143 votos a favor, cinco contra e 35 abstenções dos 193 Estados-membros da ONU.
Das quatro resoluções aprovadas pela Organização desde que as tropas russas invadiram o país vizinho, em 24 de fevereiro, esta foi a que conseguiu reunir o maior apoio da Assembleia Geral à Ucrânia e contra Moscovo.
A resolução condena os “chamados referendos ilegais” da Rússia e a “tentativa de anexação ilegal” e diz que são inválidos sob o direito internacional.
A Rússia pretendia que a votação fosse secreta, esperando obter um maior apoio por parte de alguns dos 193 Estados-membros se os votos não fossem públicos. Contudo, a Assembleia Geral decidiu que a votação será feita de forma pública.
A votação surge na sequência de um veto imposto pela Rússia numa resolução que foi a votos no passado dia 30 de setembro, no Conselho de Segurança da ONU, e que condenava os referendos organizados no leste e sul da Ucrânia, e a sua consequente anexação pela Federação Russa.
Na Assembleia Geral, nenhum país tem poder de veto, mas as resoluções do órgão têm menos peso do que as do Conselho de Segurança.
Em 2014, quando a Assembleia Geral da ONU condenou a anexação russa da Crimeia, a resolução foi apoiada por 100 países, enquanto 11 votaram contra e 58 se abstiveram.
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