
“Hoje voltámos a falar sobre as importantes negociações que o Presidente Trump está a conduzir com a Ucrânia, bem como com a Rússia, para tentar pôr fim à guerra e garantir uma paz duradoura. Essas discussões não são fáceis — principalmente após esta violência terrível –, mas todos apoiamos a procura do Presidente Trump pela paz”, declarou Rutte, numa conferência de imprensa ao lado do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Odessa, sul da Ucrânia, onde realizou hoje uma visita surpresa.
O responsável da NATO destacou que “outros aliados”, nomeadamente através de iniciativas lideradas por França e Reino Unidos, “estão prontos, dispostos e aptos a assumir mais responsabilidades para ajudar a garantir a paz quando chegar esse momento”.
Rutte condenou o ataque russo contra a cidade de Sumi, no passado domingo, que fez mais de 30 mortos civis e mais de 100 feridos.
“Isso é simplesmente ultrajante. Faz parte de um padrão terrível de ataques russos a alvos civis e infraestruturas em toda a Ucrânia”, criticou, recordando que “até centenas de hospitais e profissionais de saúde foram alvos” desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.
O responsável da Aliança Atlântica reiterou a Zelensky que “a NATO está com a Ucrânia”.
“Sei que alguns questionaram o apoio da NATO nos últimos meses, mas que não haja dúvidas: o nosso apoio é inabalável”, assegurou.
A NATO, prosseguiu, “continua a prestar apoio político e prático à Ucrânia, fornecendo assistência em segurança e treino através do nosso comando em Wiesbaden”.
Além disso, sublinhou que nos primeiros três meses de 2025, os aliados já prometeram mais de 20 mil milhões de euros em assistência em segurança para a Ucrânia.
“Permitam-me dizer novamente, ao povo da Ucrânia: estamos com vocês. E ansiamos por um dia em que os bravos homens e mulheres deste país incrível possam desfrutar da liberdade sem medo”, disse.
Em Odessa, Rutte e Zelensky visitaram um hospital, onde falaram com feridos.
Por seu lado, o Presidente ucraniano declarou que a Ucrânia tem uma “necessidade aguda” de sistemas de defesa aérea e pediu a preparação “rápida e eficaz” de um contingente militar ocidental no país.
Zelensky confirmou que uma delegação ucraniana está na Turquia para discutir a possibilidade de enviar militares estrangeiros para garantir a segurança no Mar Negro.
“A presença dos nossos parceiros ocidentais no céu, no mar e em terra. É disso que se trata a ‘coligação dos dispostos'”, afirmou, citado pela agência de notícias estatal ucraniana Ukrinform.
O Presidente ucraniano acrescentou que uma das questões em discussão é a opção de enviar “um contingente para o mar”.
“Acreditamos que a Turquia pode desempenhar um papel importante nas futuras garantias de segurança marítima”, acrescentou Zelensky.
A chamada coligação dos países dispostos a ajudar a Ucrânia é liderada pelo Reino Unido e pela França e é composta por países que têm mostrado disponibilidade para enviar um contingente militar para a Ucrânia, uma vez terminada a guerra, como garantia de segurança.
Portugal tem participado nas reuniões deste grupo.
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