As suas declarações surgiram um dia depois de o Egito, o primeiro país árabe a firmar um tratado de paz com Israel e anfitrião das negociações fracassadas para um cessar-fogo e a libertação de reféns, acusar Israel de negar a sua responsabilidade pela crise humanitária em Gaza.

A passagem de Rafah, fronteiriça com o Egito e principal porta de entrada de mercadorias e pessoas em Gaza, está fechada desde que Israel afirmou, em 7 de maio, que tinha tomado o recinto do movimento islamista palestiniano Hamas, que governa a Faixa de Gaza.

Mais de um milhão de palestinianos deslocados pelo conflito entre Israel e Hamas, que começou em 7 de outubro de 2023, têm procurado refúgio nessa cidade.

Em uma entrevista ao canal americano de notícias financeiras CNBC, Netanyahu afirmou que Israel apoiava "fluxos máximos de ajuda humanitária" através da passagem de Rafah. "Queremos vê-la aberta", afirmou. E acrescentou: "Espero que possamos chegar a um entendimento" com o Egito.

Netanyahu disse que a passagem poderia ter sido aberta "ontem" se dependesse de Israel. "Não é nosso problema. Não estamos a atrasar a abertura de Rafah", declarou.

"Espero que o Egito considere o que estou a dizer agora", acrescentou. "Ninguém deveria tomar como refém a população palestiniana de nenhuma maneira e eu não estou a tomá-la como refém. Acho que ninguém deveria fazer isso", frisou.

Por sua vez, o ministro dos Negócios Estrangeiros do Egito, Sameh Shoukry, disse na terça-feira que o controle israelita da passagem expunha os trabalhadores humanitários e os camionistas a "perigos iminentes".

Shoukry afirmou que Israel era "o único responsável pela catástrofe humanitária" em Gaza, onde as Nações Unidas alertam para o risco de uma crise de fome generalizada.