“Estamos constantemente a acompanhar o que se passa na Síria. Estamos determinados tanto a proteger os interesses vitais do Estado de Israel como a preservar os ganhos da guerra”, sublinhou o primeiro-ministro nas suas primeiras declarações públicas sobre a atual situação na Síria, enquanto está em vigor o cessar-fogo entre o grupo chiita Hezbollah e as forças israelitas no Líbano.

Durante uma visita a uma base de recrutamento com o ministro da Defesa, Israel Katz, Netanyahu deixou claro que o seu país vai continuar a “aplicar firmemente” o acordo de cessar-fogo e que qualquer violação “é imediatamente objeto de uma resposta forte” do exército israelita.

Desde a entrada em vigor, na quarta-feira, da medida, que prevê a retirada das tropas israelitas do sul do Líbano em 60 dias, as duas partes acusaram-se mutuamente e em várias ocasiões de violação do acordo, embora os ataques tenham diminuído.

Em simultâneo, a aliança islamita Organização de Libertação do Levante e outras fações apoiadas pela Turquia lançaram uma ofensiva contra o Governo sírio e já tomaram o controlo total da província de Idlib, no noroeste do país, de grande parte da cidade de Alepo e da parte norte de Hama, no centro do país.

A ofensiva tem encontrado pouca resistência por parte das tropas de al-Assad, que admitiram ter-se retirado de Alepo “temporariamente” para se reagruparem e lançarem um contra-ataque.

Israel tem acusado sistematicamente as autoridades sírias de permitirem que os combatentes do Hezbollah utilizem o seu território para transportar armas do Irão para o Líbano, tendo atacado alguns postos fronteiriços do lado sírio da fronteira nos últimos meses da escalada de violência.

Apoiado por avios russos, o exército sírio tem realizado dezenas de bombardeamentos contra posições rebeldes.

Uma coligação de grupos rebeldes liderados pelos islamitas do Hayat Tahrir al-Sham (HTS), o antigo ramo sírio do movimento extremista al-Qaida, lançou na quarta-feira uma ofensiva relâmpago mortal no norte da Síria e tomou controlo da maior parte de Alepo, a segunda maior cidade do país, e de várias outras cidades, nomeadamente na província de Hama.

Desde então, a ofensiva já causou mais de 330 mortos, segundo a organização Observatório Sírio dos Direitos Humanos, e suscitou a preocupação da comunidade internacional.