Após as legislativas de abril, o primeiro-ministro em exercício e líder do Likud, Benjamin Netanyahu, não conseguiu formar uma coligação para governar, o que aconteceu pela primeira vez na história do país, e o parlamento (Knesset) votou a sua dissolução antes da formação de um executivo, o que também nunca tinha acontecido.

Primeiro-ministro há mais tempo em funções em Israel, Netanyahu enfrenta um novo teste à sua capacidade de sobrevivência nestas legislativas e não tem desperdiçado oportunidades para atrair eleitores.

As questões de segurança e o conflito com os palestinianos preocupam os israelitas e nas últimas semanas Netanyahu reforçou os ataques ao inimigo Irão, fez uma rara visita à Cisjordânia ocupada e prometeu a anexação parcial deste território, tendo ainda realizado deslocações a Londres e à Rússia, fortalecendo a sua imagem internacional.

“Bibi”, como é conhecido, é também o primeiro chefe de Governo em funções a ser alvo de acusações criminais — de “corrupção”, “fraude”, “desvio de fundos” e “abuso de confiança” – em vários processos, mas apenas terá de demitir-se se for considerado culpado.

Há uma semana, Netanyahu prometeu anexar uma parte da Cisjordânia se for reeleito e suscitou críticas dos palestinianos, das Nações Unidas, da União Europeia e de vários países árabes.

A ONU considerou que a decisão seria devastadora para a “relançar as negociações” entre Israel e a Palestina e a UE disse que colocaria “em causa as perspetivas de uma paz durável” na região, enquanto Riade qualificou a declaração de “perigosa escalada”.