“Quero pedir várias coisas, para comprometer com o povo. Em primeiro lugar, para radicalizar a democracia venezuelana, uma vez triunfemos a 06 de dezembro [dia das eleições parlamentares]. Vamos a uma democracia radical, verdadeiramente popular”, disse.

Nicolás Maduro falava em Caracas, durante um encontro com candidatos do Grande Pólo Patriótico (aliança de partidos que apoiam o regime), em que insistiu na aprovação de uma Lei do Parlamento Comunal para um novo tipo de organização social, política e económica.

“Peço-lhes, como chefe de Estado e líder revolucionário, que discutam de maneira automática, com o povo, com a maior diversidade ideológica, a Lei do Parlamento Comunal, para dar poder ao povo nos mais de 43 mil conselhos comunais do país”, disse.

Segundo Nicolás Maduro, o novo parlamento deve “construir e radicalizar a democracia revolucionária, assumir a liderança, deixar o passado para trás e avançar na democracia revolucionária radical do povo”.

Por outro lado, instou a combater a “corrupção” opositora e chavista no país que “passe a lupa em todos os ministérios, a todas as entidades públicas, e use todo o seu poder para perseguir a corrupção, para perseguir a burocracia”.

“Que [também] metam as mãos nos corruptos vermelho-vermelhinhos [afetos ao regime] que andam vestidos por aí. Já chega de tanto rato vestido de vermelho roubando o povo. Há que questioná-los, despi-los. Devemos dar com o chicote nos ratos peludos da corrupção”, disse.

Segundo Nicolás Maduro, “as eleições na Venezuela já são um acontecimento mundial”.

“O [jornal americano] New York Times critica o nosso sistema eleitoral, concentra-se na Venezuela por ódio, porque não foi capaz de derrotar a Venezuela”, disse.

Maduro explicou que a Assembleia Constituinte (composta unicamente por simpatizantes do regime) “tomou decisões supraconstitucionais” e que inclusive “poderia ter dissolvido o parlamento ‘burguês'”, onde a oposição é maioria, mas que nas próximas eleições legislativas os venezuelanos “devem fazer justiça ao voto”.

Segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE) da Venezuela, nas próximas eleições de 06 de dezembro os venezuelanos vão eleger 277 deputados, mais 110 que os eleitos nas legislativas de 06 de dezembro de 2015.

Desde junho, o Supremo Tribunal de Justiça da Venezuela suspendeu a direção dos quatro maiores partidos opositores (Vontade Popular, Primeiro Justiça, Ação Democrática, Um Novo Tempo), bem como de vários partidos afetos ao regime, entre eles o Pátria para Todos, e ordenou que fossem reestruturados, nomeando direções provisórias para estes partidos.

A decisão foi classificada pela oposição como uma manobra de preparação “para uma nova farsa eleitoral”, em que o regime decidirá quem preside aos partidos nas próximas eleições.

Como resultado da intervenção do Supremo, aqueles quatro partidos da oposição aparecem agora divididos entre si.

A crise política, económica e social na Venezuela agravou-se desde janeiro de 2019, quando Juan Guaidó jurou assumir as funções de Presidente interino do país até afastar Nicolás Maduro do poder, convocar um governo de transição e eleições livres e democráticas.

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