“Nós, as forças de defesa e segurança, reunidas no seio do CNSP, decidimos por fim ao regime que vocês conhecem”, o do Presidente Bazoum, declarou o Coronel-Major Amadou Abdramane, rodeado por outros nove militares fardados, noticiou a agência France-Presse (AFP).

Os militares anunciaram ainda, no discurso televisivo, o encerramento das fronteiras e a entrada em vigor de um recolhimento obrigatório “até novo aviso”.

O acesso ao palácio presidencial do Níger em Niamey está bloqueado desde quarta-feira de manhã e a estrada que conduz ao edifício continua fechada ao trânsito por elementos da guarda presidencial, disseram à agência Efe fontes no local.

O Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, está detido desde a manhã por membros da guarda presidencial, na sequência do fracasso das conversações sobre pontos que permanecem desconhecidos.

Na sua conta na rede social X (ex-Twitter), Mohamed Bazoum escreveu que alguns elementos da guarda presidencial se envolveram numa “manifestação antirrepublicana” e tinham tentado obter o apoio das outras forças de segurança.

Na mesma mensagem, Mohamed Bazoum assegurava que ele e a sua família estavam bem, mas o exército e a guarda nacional estavam prontos para atacar se os revoltosos não mudassem de ideias.

No entanto, a situação atual do Presidente gerou dúvidas, já que organizações internacionais como a CEDEAO e a Francofonia exigiram a libertação do chefe de Estado nigerino.

Estados Unidos e a União Europeia também já reclamaram a libertação do chefe de Estado nigerino.

Também o secretário-geral da ONU, António Guterres, tinha conversado esta quarta-feira com Mohamed Bazoum e transmitido o seu apoio e solidariedade face à tentativa de golpe de Estado no país.

A França, potência colonial até à independência do país, em 1960, tem um destacamento militar de 1.500 homens no Níger, o mais importante no Sahel, após a retirada de outros países onde efetuou operações contra organizações fundamentalistas islâmicas, como o Mali e o Burkina Faso.