O ataque terá ocorrido numa composição que ligava Moscovo a Samara, disse Muratov ao Novaya Gazeta Europe, um projeto lançado pela redação do jornal que suspendeu as suas publicações na semana passada, após pressão do Kremlin.
“Os meus olhos ardem terrivelmente”, queixou-se no canal de Telegram da publicação, onde adiantou, também, que o agressor gritou “Muratov, esta é pelos nossos rapazes” e onde mostrou fotografias de um compartimento de uma carruagem manchado de tinta vermelha.
O Novaya Gazeta, principal jornal independente da Rússia, anunciou em 28 de março a suspensão de todas as suas publicações durante o que chamou, entre aspas de citação, a “operação especial” na Ucrânia, termo que as autoridades russas insistem que deve ser usado para referir a guerra na Ucrânia.
O jornal foi o último grande meio de comunicação independente a criticar o Governo de Vladimir Putin, após vários outros terem também encerrado ou visto os seus sítios de internet serem bloqueados desde o início da invasão russa à Ucrânia, em 24 de fevereiro.
Entretanto, o alto representante da União Europeia para a Política Externa e Segurança, Josep Borrel, já classificou como “inaceitável” o ataque sofrido por Muratov.
“Isto é completamente inaceitável e um ataque à segurança dos jornalistas e à liberdade dos meios de comunicação na Rússia”, afirmou Borrell na sua conta oficial no Twitter.
Em 2021, Dmitry Muratov partilhou o prémio Nobel da Paz com a jornalista filipina Maria Ressa.
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