João Ataíde, inspetor coordenador no Gabinete de Inspeção do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF), demitiu-se do cargo na noite desta terça-feira após as declarações de Eduardo Cabrita, ministro da Administração Interna, na Assembleia da Republica, sobre a morte do cidadão ucraniano Ihor Homeniuk, a 12 de março. A notícia foi avançada pelo Jornal de Notícias.
O governante explicou que o coordenador e outros 12 inspetores estariam a ser investigados num processo disciplinar porque Ataíde enviou, cinco dias após o homicídio de Homeniuk, um relatório em que dava conta que o visionamento das imagens de videovigilância não revelava "qualquer indício de agressões e maus tratos".
Com esta saída, são já quatro as demissões no SEF na sequência da morte do cidadão ucraniano, incluindo Cristina Gatões. Além da diretora Nacional, também saíram o diretor e o subdiretor daquele órgão no aeroporto de Lisboa.
Eduardo Cabrita anunciou no parlamento que a legislação sobre a restruturação do SEF será produzida em janeiro.
Esse processo esteve no centro de uma polémica entre o diretor nacional da PSP e Eduardo Cabrita, no domingo, depois de o responsável da força policial ter admitido que está a ser trabalhada a fusão da PSP com o Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
Após as declarações de Magina da Silva aos jornalistas, no final de um encontro com o Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, o ministro respondeu que a reforma do SEF será anunciada "de forma adequada" pelo Governo "e não por um diretor de Polícia".
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