Centenas de manifestantes de grupos de esquerda voltaram a exigir na noite de sábado (22), em Lima, a renúncia da Presidente Dina Boluarte e a realização de eleições antecipadas em uma marcha durante a qual houve confrontos com a polícia.

O protesto é o segundo registado até agora nesta semana na capital peruana. As mobilizações foram retomadas na quarta-feira (19).

A polícia disparou gás lacrimogéneo para dispersar os manifestantes que ocupavam a praça central de San Martín, e que estavam em confrontos com as forças de ordem.

Pelo menos três civis foram detidos, segundo a Defesa do Povo e organizações de direitos humanos.

A marcha foi menor do que a de quarta-feira, quando mais de 4.000 manifestantes tomaram as ruas da capital peruana.

Desta vez, opositores de centro e centro-direita não participaram.

Os organizadores pretendem continuar as marchas na próxima semana, para coincidir com o feriado nacional do Peru em 28 de julho.

Ao contrário do protesto de quarta-feira, que envolveu 64 províncias do país, o equivalente a 32% do território peruano, duas delas (1% do território) participaram neste sábado, informou a Defesa do Povo.

As manifestações foram retomadas cinco meses após os primeiros protestos contra Boluarte, que deixaram 50 mortos entre dezembro de 2022 e fevereiro.

Um dos lemas das mobilizações é exigir justiça pelas 50 mortes associadas à repressão policial e militar, após a destituição do presidente de esquerda Pedro Castillo a 7 de dezembro fruto do seu autogolpe fracassado.

Castillo está a cumprir 36 meses de prisão preventiva enquanto aguarda julgamento.

O Congresso, controlado pela direita, rejeitou no início do ano dois projetos de Boluarte para antecipar as eleições para 2024.