O almirante António Silva Ribeiro, 60 anos e antigo Chefe do Estado-Maior da Armada que substituiu o general Artur Pina Monteiro no cargo, comprometeu-se a "reestruturar o EMGFA, concentrando valências, reduzindo efetivos e focalizando as áreas de esforço no essencial", no discurso da cerimónia de boas-vindas às funções no Forte do Bom Sucesso, onde funciona o Museu do Combatente, junto à Torre de Belém, Lisboa.

"Já há muito tempo que faço reflexões sobre essa matéria. Agora, há um propósito. Para a estrutura de Forças Armadas (FA) que temos, julgo que o EMGFA necessita ser reestruturado, redimensionado, porque quem precisa muito de efetivos são os ramos", disse, em declarações aos jornalistas.

O novo responsável mostrou-se "convicto de que com a colaboração dos chefes dos ramos, dos oficiais generais e dos oficiais do EMGFA" é possível "definir uma estrutura que continue a cumprir as missões, mas com menos efetivos".

"Um marinheiro está sempre pronto, seja bom tempo ou mau tempo. Vamos enfrentar as dificuldades e superá-las, como tem acontecido em toda a minha vida, sempre com uma postura muito positiva, olhando para além do horizonte porque temos o dever de construir as Forças Armadas do futuro ao mesmo tempo que servimos Portugal com o brio e a competência de que os portugueses precisam", assegurou.

Para o CEMGFA, "é preciso abrir as Forças Armadas ao país, que os portugueses percebam e tenham orgulho nos seus militares porque prestam um serviço inigualável" pois, "tendo esse orgulho", de certeza que mais cidadãos poderão vir a integrar as Forças Armadas.

Sobre a necessidade definida anteriormente de as FA terem entre 30 a 32 mil efetivos, o almirante defendeu a necessidade de "olhar para as circunstâncias estratégicas que decorrem do empenhamento nas missões das alianças" e também "missões em Portugal, fazer o adequado estudo e ponderação e tomar decisões".

"Os efetivos, os meios militares e a organização das FA nunca são definitivos e estão sempre sujeitos a um processo de planeamento e aperfeiçoamento em função das necessidades que o país tem", disse.

No final da cerimónia, o novo CEMFA depositou uma coroa de flores junto da "chama eterna" do monumento aos combatentes, que glorifica os militares mortos no exercício de missões.

"Emocionei-me porque nunca são de mais as homenagens que fazemos aos militares que morreram", afirmou.

[Notícia atualizada às 13:03]