Tudo aconteceu no passado dia 12 de maio, a 156 quilómetro de Port Fourchon, no Louisiana. O acidente deveu-se a uma falha num poço subaquático, propriedade da Shell, e traduziu-se no derrame de cerca de mais de 88 000 galões de água misturada com petróleo no oceano, o equivalente a mais de 332 000 litros, que podiam encher mais de 2 000 barris de petróleo.
De acordo com a Shell, não é expectável que o derrame de crude, que causou uma mancha à superfície da água com uma extensão de mais de 20 quilómetros, atinja a costa e nenhuma zona de pesca foi fechada até ao momento, segundo o The Guardian.
A empresa petrolífera anunciou nesta terça-feira que já deu início aos trabalhos de limpeza e reparação da falha do oleoduto, que integra uma rede de quatro poços subaquáticos em exploração desde 2001.
“A trajetória é em direção a oeste, não se antecipando qualquer impacto na costa, neste momento. O processo de limpeza continua hoje (terça-feira) com recurso a tecnologia de infravermelhos e com o apoio de recursos aéreos. Os esforços conjuntos já permitiram recuperar 1826 barris, mais de 76.600 galões (mais de 289.000 litros), da mistura petrolífera", anunciou a Shell em comunicado, citado pelo The Guardian.
O desastre ambiental de 2010 em Deepwater Horizon, na plataforma detida pela BP no Golfo do México, foi um dos maiores e piores derrames de crude da história. Resultou na morte de 11 pessoas e teve impacto na fauna e na flora marinha até hoje, levando o governo dos Estados Unidos a reforçar a regulação relativamente à exploração subaquática de crude.
No mês passado, o governo de Obama delineou novas medidas para ajudar a prevenir “ruturas” que resultem em derrames de petróleo. Mas muitas críticas se fizeram ouvir à atuação do governo norte-americano e das empresas petrolíferas pela demorada resposta ao acidente de 2010. Um relatório divulgado pela “US Chemical Safety Board”, em abril, denunciou que as regulações governamentais ou as práticas desta indústria pouco melhoraram desde 2010.
Citada pelo The Guardian, Vicky Wyatt, da Greenpeace, afirmou que “a última coisa de que o Golfo do México precisa é de um novo derrame de petróleo", acrescentando que "a mentalidade de 'negócio como de costume' das indústrias do petróleo e do gás devasta comunidades, o ambiente e o nosso clima. Que ninguém se engane: quanto mais infraestruturas de combustíveis fósseis nós tivermos, mais derrames irão acontecer. Já é altura de manter (a exploração) exclusivamente em terra".
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