“Estamos aqui para oferecer aos espanhóis viabilidade, um rumo e uma alternativa ao Governo atual”, disse Núñez Feijóo poucos minutos depois de ter sido eleito líder por 98% dos delegados ao XX Congresso Nacional do Partido Popular (PP).

O ainda presidente da região da Galiza tem 60 anos e era o único candidato a suceder a Pablo Casado, de 41, que se demitiu depois de uma guerra interna com a presidente da Comunidade de Madrid, Isabel Díaz Ayuso.

“Espanha merece mais do que um governo triunfalista, que pensa que o que sai mal é sempre culpa dos outros”, afirmou Feijóo referindo-se ao Governo de coligação de esquerda formado pelo Partido Socialista (PSOE) e o Unidas Podemos (extrema-esquerda).

O novo líder do maior partido da direita espanhola assegurou que tem “fome” de lutar pelo poder e insistiu que, “quando chegar o momento”, o PP irá mostrar “aos espanhóis que há uma alternativa”.

Alberto Núñez Feijóo é um político veterano e moderado, que obteve quatro maiorias absolutas consecutivas na Galiza, sendo ainda de destacar que conseguiu conter o crescimento da extrema-direita (Vox) naquela comunidade autónoma espanhola.

O novo líder eleito do PP sublinhou que os trabalhadores e as empresas serão uma parte central do seu projeto: “Respeito os trabalhadores que se levantam todas as manhãs para trabalhar, os trabalhadores independentes, os pequenos e médios empresários e respeito os grandes empresários que levam a marca do nosso país em qualquer parte do mundo”, disse.

Feijóo surpreendeu os delegados ao tornar pública a sua amizade com “o comunista” Regino Martín, secretário-geral do sindicato Comiciones Obreras na empresa Correos e recordou os seus acordos alcançados com os sindicatos desta empresa pública, para a transformar numa empresa eficiente, e para manter a maior parte dos seus empregados.

O novo líder do PP nasceu em Ourense (Galiza) em 1961 e é licenciado em Direito pela Universidade de Santiago de Compostela, de acordo com o seu perfil na página do Governo regional.

Em 1991, iniciou a sua carreira política como secretário-geral técnico do Departamento de Agricultura e Florestas e em 1996 mudou-se para Madrid para fazer parte do Governo de José María Aznar, onde foi nomeado secretário-geral da Saúde no Ministério da Saúde, cargo que assumiu até 2000.

Depois de passar por várias instituições públicas e privadas, Núñez Feijóo concorreu para o parlamento galego em 2009, sendo presidente do Governo regional desde 18 de abril de 2009.

No seu discurso, Feijóo também ofereceu o seu apoio ao Governo espanhol em questões de Estado, mas também avisou Pedro Sánchez que não aceitará pressões ou propaganda, sugerindo que esta é a tática que o executivo tem utilizado com Pablo Casado e o antigo PP ao longo de toda a legislatura.

“Não vamos ser o PP que os outros partidos querem”, assegurou, referindo-se a seguir aos antigos líderes e primeiros-ministros do PP Mariano Rajoy (2011-2018) e José María Aznar (1996-2004) como sendo as suas “referências” e também ajudas essenciais nesta nova etapa do partido.

O congresso de Sevilha põe fim a uma guerra interna que começou há mais de um mês com o conflito aberto entre a liderança cessante de Pablo Casado e a presidente da Comunidade de Madrid.