“O objetivo principal da operação militar especial [na Ucrânia] é, evidentemente, alcançar a vitória (…) e fazê-lo com o mínimo de perdas humanas”, disse Belousov no parlamento em Moscovo, citado pela agência francesa AFP.
Belousov, que substituiu Serguei Shoigu no Ministério da Defesa, não especificou que nível de perdas seria aceitável para Moscovo, que não revela o número de mortos e feridos russos na guerra contra a Ucrânia.
Desde o início da ofensiva contra a Ucrânia, em fevereiro de 2022, muitos peritos militares admitiram que o exército russo sofreu pesadas perdas, estimadas em várias dezenas de milhares de mortos.
Belousov disse também que queria otimizar as despesas militares.
“O primeiro [objetivo] é assegurar que a economia das forças armadas seja integrada na economia do país como um todo. Isto não é simples e pressupõe a otimização das despesas (…). O que não significa reduzi-las”, afirmou.
O segundo objetivo é tornar “a economia militar tão aberta quanto possível à inovação”, nomeadamente às tecnologias digitais, referiu.
Na sequência da posse para um quinto mandato, o Presidente russo, Vladimir Putin, procedeu a uma remodelação surpresa do setor da defesa, no domingo à noite, após mais de dois anos de conflito na Ucrânia.
Putin demitiu Shoigu, que estava em funções desde 2012, e nomeou-o secretário do Conselho de Segurança, um órgão que reúne os mais altos funcionários russos, mas que não tem prerrogativas próprias.
Simultaneamente, foi lançada uma purga no ministério devido a acusações de corrupção, com a detenção de um vice-ministro em abril e a prisão anunciada hoje do chefe dos recursos humanos, general Yuri Kuznetsov.
A nomeação de Belousov surge numa altura em que a indústria militar se tornou a força motriz da economia russa, devido ao ataque à Ucrânia e às sanções ocidentais.
Shoigu substituiu como secretário do Conselho de Segurança Nikolai Patrushev, que foi hoje anunciado pelo Kremalin (presidência russa) como conselheiro de Putin.
Patrushev, que é próximo de Putin há décadas, será responsável pela construção naval.
Antes de ter sido secretário do Conselho de Segurança russo, Patrushev foi diretor do Serviço Federal de Segurança (FSB) de 1999 a 2008.
O porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, não entrou em pormenores sobre as razões da despromoção de Patrushev, afirmando que irá desempenhar um papel de relevo na construção naval.
Quanto a Shoigu, considerou que não era apropriado falar de uma despromoção, alegando que, como secretário do Conselho de Segurança, Shoigu “está em contacto direto com o chefe de Estado e tem uma grande responsabilidade”.
Shoigu tem sido alvo de críticas nos últimos dois anos, primeiro devido ao fracasso da ofensiva inicial contra a Ucrânia, depois por causa dos problemas de abastecimento das tropas russas.
Também foi criticado, há quase um ano, devido à revolta do chefe do grupo paramilitar Wagner, Yevgeny Prigozhin, que ocupou o quartel-general do exército em Rostov (sul) e marchou contra Moscovo, antes de mudar de ideias.
Prigozhin morreu em 23 de agosto de 2023 num acidente de avião ainda sob investigação.
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