Carlos Lopes Pires, que era desde 2019 diretor do Serviço de Informações Estratégicas de Defesa (SIED), falou brevemente aos jornalistas à saída do Palácio de Belém, em Lisboa, após ter tomado posse como secretário de Estado da Defesa Nacional.

“Hoje não falo, hoje agradeço a vossa presença e sinto-me muito honrado em ter sido escolhido e em merecer a confiança do senhor Presidente da República, do senhor primeiro-ministro e, naturalmente, da senhora ministra da Defesa Nacional, com quem irei trabalhar”, começou por dizer o novo governante.

Interrogado se considera que a sua formação de diplomata o ajudará no desempenho das funções de secretário de Estado da Defesa, Carlos Lopes Pires respondeu: “Penso que sim, penso que a minha formação ajudará, tal como também agora as informações”.

Referindo que “a política externa portuguesa tem três pilares, que são a diplomacia, as informações e a defesa”, acrescentou: “Por isso, sinto-me à vontade neste âmbito da política externa e quero contribuir justamente com a minha experiência de diplomata e das informações, e agora na Defesa, na qual já trabalhei, para poder ajudar o melhor possível a senhora ministra”.

Questionado, depois, sobre os casos judiciais relacionados com a Defesa Nacional, Carlos Lopes Pires declarou: “Acabei de tomar posse e só espero é ganhar a confiança de com quem vou trabalhar e lidar, e ganhar a confiança de todos os portugueses”.

“E mostrar que estou à altura, de facto, das expectativas e da confiança que foi em mim depositada pelas mais altas autoridades e poder dar o meu contributo justamente para poder ajudar a senhora ministra nessa exigente tarefa que é a dela”, completou.

Carlos Lopes Pires, diplomata de carreira, substituiu Marco Capitão Ferreira, que se demitiu do cargo de secretário de Estado da Defesa Nacional em 07 de julho, dia em que foi constituído arguido no âmbito do processo “Tempestade Perfeita”, que levou a Polícia Judiciária a fazer buscas no Ministério da Defesa.

Nascido em Beirute em 10 de setembro de 1973, o novo secretário de Estado é licenciado em Relações Internacionais pelo Instituto Superior de Ciências Sociais e Políticas (ISCSP) da Universidade Técnica de Lisboa e mestre em Estudos Europeus pela London School of Economics.

Entre 2003 e 2008, esteve destacado na Delegação Portuguesa junto da NATO, em Bruxelas.

Foi adjunto no gabinete do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Luís Amado, entre 2010 e 2011, e depois adjunto no gabinete do primeiro-ministro Pedro Passos Coelho, entre 2011 e 2013.

Em 2013, foi chefe do gabinete do secretário de Estado Adjunto e dos Assuntos Europeus Miguel Morais Leitão. Depois, entre 2013 e 2014, foi chefe do gabinete do ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros Rui Machete.