“A nossa estimativa orçamental para a construção do novo terminal, ou reconversão do multiusos, entre construção civil e equipamentos, é de 190 milhões de euros. O valor inclui ainda a reconversão do porto de pesca. Quanto ao lançamento da obra, questões procedimentais interna impedem-nos, para já, de avançar uma data, mas será ainda este ano”, afirmou à agência Lusa o presidente da Administração dos Portos do Douro, Leixões e Viana do Castelo (APDL), Nuno Araújo.
A Agência Portuguesa do Ambiente (APA) já divulgou um parecer positivo ao novo terminal, condicionado à mitigação de ruídos e dos impactos visuais negativos na zona balnear de Matosinhos, mas, conforme atenuam os autores do parecer, os impactes ambientais negativos esperados são, no geral, “pouco significativos” e mais detetáveis na fase de construção, contrapondo que a nova infraestrutura “será capaz de gerar impactes sociais e económicos positivos ou muito significativos na região”.
O novo terminal vai ficar na zona do atual terminal multiuso, “sobrepondo-se parcialmente” ao porto de pesca, que terá de ser reformulado.
O projeto aponta para um terminal com uma capacidade anual de movimentação no terrapleno de pelo menos 480 mil TEU e uma capacidade de movimentação anual no cais de pelo menos 435 mil TEU. Cada TEU (siga da expressão inglesa Twenty-foot Equivalent Unit) equivale à capacidade de carga de um contentor de 20 pés (6,096 metros) de comprimento.
O projeto prevê igualmente um terminal Ro-Ro (abreviatura da expressão inglesa "roll on-roll off") para carga geral solta, como veículos.
Em estado mais adiantado está, entretanto, o projeto para prolongamento do quebra-mar do porto de Leixões.
Nuno Araújo disse que já foi obtido o visto do Tribunal de Contas para esta obra e está a ser recolhida documentação que permita consignar os trabalhos, se possível, já em fevereiro.
Trata-se de um investimento de 147 milhões de euros, com um prazo de execução de 30 meses, que compreende o prolongamento do quebra-mar em 300 metros e a dragagem da bacia de rotação.
“Quando tivermos o quebra-mar e quando construirmos o novo terminal de contentores, vamos poder receber também navios de maior dimensão. Navios que hoje escalam noutros portos, espanhóis ou não, poderão escalar em Leixões e isso vai beneficiar nomeadamente as empresas desta região, com ganhos na cadeia na logística”, afirmou o presidente da APDL.
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