“É isso que nós queremos descobrir, no fundo o que é que está a acontecer no setor?”, afirmou o diretor artístico do Batalha, Guilherme Blanc, em declarações à agência Lusa na semana passada, a propósito dos “Novos Encontros do Cinema Português”.

Esta iniciativa é promovida em parceria com o Clube Português de Cinematografia — Cineclube do Porto e a Fundação Calouste Gulbenkian e acontece 56 anos depois de uma iniciativa semelhante realizada no Batalha, em finais de 1967.

Na altura, a “Semana do Novo Cinema Português” destinava-se a discutir os problemas económicos e técnicos com os quais o cinema se debatia e acabou por dar origem, anos mais tarde, à criação do Centro Português de Cinema e a nova legislação para o setor.

Mais de meio século depois, Guilherme Blanc diz que os promotores dos novos encontros são apenas “interlocutores ou mediadores”, “provocando um encontro que a partir dele se possam pensar questões e que se faça um ‘estado de arte’ sobre o setor e a prática do cinema hoje em Portugal”.

O diretor artístico reforça um ponto que considera importante nestes encontros: Que as pessoas se cruzem e conversarem entre si.

“As pessoas não se encontram e o cinema também é um campo muito amplo, não é? Aliás, basta ver que estamos a trazer educação, pessoas que não têm prática de cinema, que lidam com cinema do ponto de vista pedagógico, por exemplo, e pessoas que trabalham no cinema ativamente no campo, enquanto produtores””, disse.

A convite da organização, quatro comissários, investigadores e especialistas na área do cinema vão apresentar conclusões de vários meses de trabalho e vão moderar mesas de debate em torno de quatro eixos: Educação (com Carlos Natálio), Produção (com Mariana Liz), Crítica (com José Bértolo) e Distribuição e Exibição (com Paulo Cunha).

Nos debates vão participar representantes de associações de produtores, realizadores, argumentistas, de festivais de cinema e cineclubes, pessoas que trabalham na promoção da literacia para o cinema e na crítica nos media.

O programa de debates não tem a presença de qualquer representante do Ministério da Cultura ou do Instituto do Cinema e do Audiovisual, por exemplo, mas o diretor artístico do Batalha disse que foram feitos convites para estarem presentes, além dos mais de cem participantes já confirmados para assistirem.

“É uma conversa alargada, é uma conversa sobre o setor independente. É uma conversa informadora de políticas, perspetivas e práticas e condições. É a voz do setor não institucional”, afirmou.

E há outro aspeto que os organizadores querem “definitivamente” que surja: “Um conjunto de conclusões, mas não podemos antevê-las. É um encontro resumo, de indagação e de estudo. Que as pessoas se possam debruçar sobre essas conclusões que nós também não sabemos quais são”, disse.

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