O ‘hard Brexit’ corresponde a uma saída da União Europeia (UE) sem acesso ao mercado único e é uma questão que gera profundas divisões no executivo conservador da primeira-ministra britânica.

“May quis desde o início o mais duro ‘Brexit’ possível […] Mas nunca houve um mandato para um ‘hard Brexit'”, disse Tannock, frisando que os resultados do referendo de 2016 espelharam uma grande divisão do eleitorado em relação à saída da UE.

“52% dos eleitores votaram a favor e 48% votaram contra. E isto depois de uma campanha de mentiras, promessas falsas e manipulações da opinião pública”, disse.

O eurodeputado, que falava num almoço-debate em Lisboa para uma audiência composta sobretudo de empresários, frisou que o ‘hard Brexit’ tem um impacto económico severo, dado que “45% do comércio externo é com países da UE”, percentagem que sobe para “62% se forem incluídos os tratados de comércio que a UE tem com países terceiros”.

Questionado sobre se é possível fazer “marcha-atrás”, Tannock frisou que “na política nunca se sabe”, mas não se mostrou otimista.

“A participação dos jovens é muito baixa e a Europa não é um tema prioritário como a saúde ou a habitação […] Mas as sondagens mostram um país dividido, com uma pequena maioria a favor de um novo referendo. Se [o líder trabalhista, Jeremy] Corbyn aceitar… Mas são tudo conjeturas”, disse.

Porque “argumentos racionais não funcionam” junto dos partidários do ‘Brexit’, que é “uma questão emocional, de nacionalismo, de reconstrução da anglo esfera”.

Tannock, que passou a infância em Portugal e se exprimiu sempre em português, terminou manifestando a convicção de que Portugal e o Reino Unido são e continuarão a ser aliados próximos.

Charles Tannock, 57 anos, é membro do Partido Conservador e deputado ao Parlamento Europeu desde 1999.

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