O Partido Comunista restringiu o debate sobre esse período (1966-1976) para evitar problemas quanto à legitimidade de seu poder. Muitos comentários publicados nas redes sociais foram censurados na segunda-feira e grande parte da imprensa ignorou o tema. Algumas vozes críticas desejavam uma análise histórica profunda, porque sem a mesma, alegam, o fenómeno poderia repetir-se, uma tarefa que o jornal estatal Global Times afirmou ser desnecessária. "Já dissemos adeus à Revolução Cultural", afirma a publicação oficial num editorial de hoje. "Hoje já podemos afirmar que a Revolução Cultural não pode voltar, nem voltará. Não há espaço na China atual", completa o texto.
O Diário do Povo, órgão de comunicação do Partido Comunista, não mencionou o aniversário na segunda-feira, mas esta terça-feira afirma que o país aprendeu com o passado e evoluiu. "A China não permitirá nunca mais um erro como o da Revolução Cultural", afirma a publicação, antes de destacar que foi "completamente equivocada, tanto na teoria como na prática". Em 1981, o Partido Comunista chinês tinha anunciado que a Revolução foi um grave erro que "produziu agitação interna e trouxe a catástrofe ao Partido, ao Estado e ao povo", uma afirmação que para o Diário do Povo é "cientificamente irrepreensível". A resolução atribuiu toda a responsabilidade a Mao Tsé-Tung e evitou pôr em causa o papel do partido nesse processo.
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