"Nove dias. Nove dias de bloqueio de Mariupol (...) Nove dias - 1.207 civis mortos. Nove dias de genocídio da população civil", informou a câmara numa mensagem publicada no Telegram, junto a um vídeo com declarações do presidente da câmara, horas depois de bombardeamentos russos terem destruído um hospital pediátrico da cidade.

O serviço de imprensa da Presidência ucraniana, consultado pela AFP sobre este balanço, respondeu: "Não temos o número exato [de mortos], mas o número provisório está correto".

"Nunca perdoaremos. Nunca esqueceremos. O povo de Mariupol resiste", acrescentou a câmara desta cidade industrial situada nas margens do Mar de Azov, que tinha 450.000 habitantes antes do início da invasão russa da Ucrânia, a 24 de fevereiro.

Nesta quarta, um bombardeamento aéreo russo atingiu um hospital pediátrico, deixando 17 adultos feridos, afirmou Pavlo Kirilenko, líder da região sul de Donetsk.

"Há 17 feridos confirmados entre os funcionários do hospital", disse Kirilenko à televisão ucraniana, acrescentando que de acordo com as primeiras informações "não havia nenhuma criança" entre os feridos nem os mortos.

O ataque "literalmente destruiu" uma maternidade no centro da cidade, que também incluía uma unidade pediátrica, destacou Kirilenko no Facebook, acrescentando considerar que o piloto russo responsável evidentemente sabia onde a bomba cairia.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, qualificou o ataque de "crime de guerra". A porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros russo, Maria Zakharova, disse, sem negar o ataque, que "batalhões nacionalistas" ucranianos tinham evacuado o hospital de funcionários e pacientes, estabelecendo no local posições de tiro.

Este ataque provocou uma onda de indignação internacional e levou a ONU e a Organização Mundial da Saúde (OMS) a pedirem "o cessar imediato dos ataques às instalações de saúde".

O primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, denunciou o ataque como "imoral" e prometeu que o presidente russo, Vladimir Putin, será responsabilizado "pelos seus crimes terríveis".

"Poucas coisas são mais imorais do que atacar os vulneráveis e indefesos", escreveu Johnson no Twitter. "O Reino Unido está a procurar apoio para a Ucrânia se defender contra ataques aéreos", acrescentou.

O ministro da Defesa britânico, Ben Wallace, anunciou nesta quarta que o Reino Unido continuará a fornecer mísseis antitanque para a Ucrânia "em resposta à contínua agressão russa".

A Casa Branca também denunciou o ataque a civis. "É atroz ver o uso bárbaro da força militar contra civis inocentes num país soberano", afirmou a porta-voz da Casa Branca, Jen Psaki, durante uma conferência de imprensa.

Os vídeos divulgados por Kirilenko e autoridades da cidade mostram o momento da evacuação do hospital, com uma mulher em uma maca e outra auxiliada por dois homens ao sair do prédio. As filmagens também mostram um enorme buraco no pátio do hospital, galhos de árvores arrancados e veículos em chamas.

Mariupol está cercada por forças russas, que bombardearam a cidade apesar das promessas de cessar-fogo para permitir a retirada de civis.

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