O homem mais rico do mundo chama-se Jeff Bezos, tem uma fortuna avaliada em 137 mil milhões de dólares ( 112 mil milhões de euros) e é dono de uma empresa chamada Amazon. Ontem, dia 9 de janeiro, anunciou ao mundo pelo seu próprio punho – será mais apropriado dizer teclado – que se estava a divorciar da mulher com quem casou há 25 anos, um ano antes de se ter "casado" com a Amazon, no início de uma nova era em que nada garantia que fosse o fundador daquela que é hoje a empresa mais valiosa do mundo (avaliada em 810 mil milhões de dólares, cerca de 700 mil milhões de euros, mais de três vezes o PIB português – 193 mil milhões de euros em 2017).

Mas vamos à história. Jeff e Makenzie Bezos casaram-se em 1993, tiveram quatro filhos e nos 25 anos que durou o casamento nasceu em paralelo a empresa mais valiosa do planeta.

O anúncio do divórcio foi publicado no Twitter e assinado por ambos. Está cuidadosamente escrito, é correto e educado. Como assinala o Quartz, “mantém a mensagem absolutamente desinteressante, ainda que escrita de forma simpática”. Uma mensagem tão irrepreensível que houve até quem dissesse que o divórcio dos Bezos soava melhor que o casamento de muitas pessoas.

Porque é que um homem de negócios, mesmo o mais rico do mundo, teve de anunciar ao mundo que se estava a divorciar? Por causa dos mercados, por causa dos media, por causa da globalização que faz com que um casal se divorcie na América e o negócio que detém no mundo inteiro possa tremer se todas as partes com algum tipo de interesse não perceberem a história da forma mais pacífica possível. E foi isso que o casal Bezos fez – contou a história bem contada, por eles, tornando-a – ou pelo menos assim procurando fazer – apenas mais uma história normal de divórcio. Amámo-nos muito, tentámos manter o casamento, não resultou, vamos continuar amigos.

Makenzie Bezos, de 48 anos, é uma escritora premiada. Ela e Jeff Bezos conheceram-se antes da Amazon, quando trabalhou no fundo de investimento D.E. Shaw gerido pelo fundador da Amazon. É-lhe atribuído um papel determinante na decisão de Jeff Bezos avançar com a Amazon, uma história aliás contada e repetida pelo próprio.

Bezos detém 16,3% das ações da Amazon, lançou a Blue Origin, uma companhia de exploração espacial, e comprou em 2014 o jornal The Washington Post. Um valor conjunto que lançou inevitáveis especulações sobre os termos do divórcio e a repartição da fortuna. Para já, existe apenas a declaração conjunta da qual os os mercados gostaram. As ações da Amazon valiam mais 1.23 dólares a meio da sessão de ontem na bolsa americana.