“O João Semedo sempre foi uma pessoa respeitadora do outro, dedicado a causas, sempre com muita honestidade, verdade e aprofundando sempre os conhecimentos com respeito pela posição de cada um”, afirmou Ana Jorge, em declarações à agência Lusa.

O ex-coordenador do Bloco de Esquerda (BE) morreu hoje, depois de uma luta de anos contra o cancro.

Ana Jorge destacou ainda que João Semedo, “mesmo nas questões políticas, tinha sempre uma grande capacidade de diálogo”.

“Mesmo na causa da morte assistida e na possibilidade de cada um decidir o seu fim de vida, deu um grande contributo para o conhecimento e para a discussão, colocando o assunto na ordem do dia, sempre de forma muito profissional e humana, afirmou.

João Semedo teve uma vida dedicada à atividade política nacional e internacional, às artes e à medicina, tendo mesmo sido um dos autores da nova proposta de Lei de Bases da Saúde.

Membro da direção do movimento cívico “Direito a morrer com dignidade”, João Semedo nasceu a 20 de junho de 1951, em Lisboa, cidade onde frequentou o Liceu Camões e onde se veio a licenciar, na Faculdade de Medicina de Lisboa, em 1975.

Depois de um longo percurso como médico e político, lançou em janeiro de 2018, em conjunto com António Arnaut, o livro “Salvar o SNS – Uma nova lei de bases da Saúde para defender a democracia”.

João Semedo fundou, em 2003, com outros ex-dirigentes do PCP, o Movimento da Renovação Comunista. No ano seguinte, aceitou o convite de Miguel Portas para integrar como independente as listas do Bloco para o Parlamento Europeu.

A aproximação ao Bloco de Esquerda prosseguiu com a participação de João Semedo nas listas às legislativas pelo Porto e acaba por se tornar deputado, substituindo João Teixeira Lopes, em março de 2006.

Semedo acabou por aderir ao Bloco de Esquerda em 2007 e protagonizou candidaturas autárquicas em Gondomar (enquanto independente em 2005), Gaia (2009) e Lisboa (2013).